Japão reativa reator nuclear 13 anos após Fukushima

Fukushima é considerado o pior desastre nuclear desde 1986, em Chernobyl, na Ucrânia

30/10/2024 16:00

O desastre nuclear de Fukushima, no Japão, aconteceu em 2011 – beloded.m.a./Depositphotos
O desastre nuclear de Fukushima, no Japão, aconteceu em 2011 – beloded.m.a./Depositphotos

A Tohoku Electric Power reativou nesta terça-feira, 29, as operações do reator nuclear No.2 de 825 megawatts (MW) em sua usina nuclear em Onagawa, no norte do Japão, marcando o retorno desta unidade à ativa pela primeira vez desde o desastre de Fukushima em 2011, As informações foram anunciadas por um porta-voz da empresa.

Japão reativa reator nuclear após 13 anos

A usina utiliza reatores de água fervente (BWR), semelhantes aos de Fukushima, e foi a instalação nuclear mais próxima do epicentro do terremoto de magnitude 9 ocorrido em 2011. Este é o primeiro reator no leste do Japão a ser reativado desde aquele evento histórico.

Com essa retomada, o Japão agora conta com 13 reatores nucleares operacionais, somando uma capacidade de 12.433 MW. Além disso, a Chugoku Electric Power (9504.T) prepara-se para religar o reator nº 2 de 820 MW na usina de Shimane, no oeste do Japão, ainda neste ano, o que pode reduzir a demanda do país por gás natural liquefeito (GNL) no ano seguinte.

O que explica a polêmica decisão do governo japonês?

O aumento da capacidade nuclear é visto como uma estratégia importante para sustentar o crescimento do setor energético, em especial para suportar o consumo crescente de data centers e fábricas de semicondutores, essenciais para o avanço das tecnologias de inteligência artificial (IA).

O governo japonês projeta que a geração de energia precisará crescer para entre 1,35 e 1,5 trilhão de quilowatts-hora (kWh) até 2050, superando o atual patamar de 1 trilhão de kWh estimado para esta década, enquanto o país expande sua infraestrutura de data centers e indústrias intensivas em energia.

Para a Tohoku Electric, a reativação da planta de Onagawa exigiu um robusto investimento de 570 bilhões de ienes (US$ 3,72 bilhões) em aprimoramentos de segurança, necessários para atender às regulamentações mais rígidas implementadas após o desastre de Fukushima.