Milton, Helene… Afinal, quais são os critérios que definem os nomes dos furacões?
Critérios levam em conta uma série de subjetividades que visam facilitar o trabalho dos especialistas
Considerada uma das tempestades mais intensas dos últimos anos 100 anos, o furacão Milton atingiu o sul da Flórida na noite da última quarta-feira, 9, deixando um rastro de destruição e danos bilionários às autoridades locais.
Recentemente, outro furacão de grande intensidade havia atingido a região: Helene – que devastou cidades e vilas na Costa do Golfo e deixou um saldo de 200 mortes em seis estados.
Para além dos prejuízos material, financeiro e humano deixados pelas tempestades históricas, a pergunta que fica é: quais são os critérios que definem os nomes dos furacões?
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Em 1953, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC na sigla em inglês), criou pela primeira vez uma lista de nomes para batizar os fenômenos climáticos. Na época, só eram usados nomes femininos, porém, em 1979 o catálogo começou a incluir ambos os gêneros.
Critérios para os nomes dos furacões
Os nomes dos furacões são escolhidos de forma organizada e padronizada por convenções estabelecidas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência especializada das Nações Unidas. Esse sistema foi criado para facilitar a comunicação e evitar confusões, especialmente em situações de emergência.
Os nomes são pré-selecionados a partir de listas rotativas que são usadas em diferentes regiões do mundo, como no Atlântico Norte, no Pacífico Leste e em outros oceanos. Cada uma dessas regiões tem sua própria lista, contendo nomes curtos e simples de pronunciar em diversas línguas. Essa diversidade de nomes reflete a necessidade de abrangência, já que os furacões afetam diferentes países e culturas.
Listas Rotativas
Existem seis listas de nomes que são usadas em rodízio para a região do Atlântico, por exemplo. Isso significa que uma lista utilizada em 2024 será usada novamente em 2030.
Cada lista contém 21 nomes — um para cada letra do alfabeto, exceto as letras Q, U, X, Y e Z, que não são usadas por não haver muitos nomes comuns nessas letras.
Retirada de Nomes
Quando um furacão é particularmente devastador, o nome dele é “aposentado”, ou seja, removido permanentemente da lista de uso. Isso ocorre para que o nome não cause associações negativas ou traumas no futuro. Por exemplo, nomes como “Katrina” e “Maria”, referentes a furacões que causaram grandes catástrofes, nunca mais serão usados.
Alternância de Gêneros
Para garantir equidade, os nomes se alternam entre masculinos e femininos, seguindo uma ordem predefinida. Por exemplo, se o primeiro furacão do ano tem um nome feminino, o segundo terá um nome masculino.
Nomes Suplementares
Caso o número de furacões ultrapasse os 21 nomes da lista, é utilizado um conjunto de nomes suplementares. Anteriormente, o alfabeto grego era usado, mas em 2021 a OMM decidiu adotar uma nova lista de nomes próprios extras para evitar confusões.
Nomes ajudam a divulgar os eventos climáticos
Este método de nomeação foi introduzido para substituir os antigos sistemas numéricos ou puramente geográficos, que eram mais confusos e difíceis de lembrar. Usar nomes próprios torna mais eficiente a comunicação entre meteorologistas, a mídia e o público, especialmente em momentos de crise, facilitando o entendimento e a disseminação de informações rápidas e claras sobre a tempestade.