Steve Bannon, guru de Eduardo Bolsonaro, é preso por fraude nos EUA
Ex-conselheiro de Donald Trump é acusado de desviar dinheiro de campanha para construção do muro na fronteira dos EUA com o México
Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente Donald Trump e guru de políticos de extrema direita, como Eduardo Bolsonaro, foi preso nesta quinta-feira, 20, sob acusação de fraude.
A Procuradoria de Nova York acusa Bannon de desviar dinheiro de uma campanha de apoio à construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México –uma das promessas da campanha de Trump em 2016.
A campanha “We Build The Wall (“Nós Construímos o Muro”) arrecadou mais de US$ 25 milhões (R$ 140 milhões).
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Segundo o Departamento de Justiça, ao menos US$ 1 milhão (R$ 5,64 milhões) teria ido para o próprio Bannon, que usou o dinheiro em outras de suas organizações ou para ele mesmo.
O ex-estrategista de Trump também foi indiciado por conspiração para lavagem de dinheiro. Cada um dos crimes pode levar à pena máxima de 20 anos de prisão.
Também foram presos Brian Kolfage, Andrew Badolato e Timothy Shea.
Relações com o clã Bolsonaro
Steve Bannon tem bastante influência na família Bolsonaro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se reuniu diversas vezes com o “guru” e chegou a ser nomeado como representante do seu Movimento na América Latina, que tem como objetivo eleger governos de direita ao redor do mundo, como Matteo Salvini, na Itália, e Viktor Orbán, na Hungria.
Em outubro de 2018, Bannon declarou publicamente apoio a Jair Bolsonaro na campanha presidencial. “O capitão Bolsonaro é um brasileiro patriota e, acredito, um grande líder para seu país nesse momento histórico”, disse ele à época à agência Reuters.
No ano passado, Bannon encontrou-se com o presidente Jair Bolsonaro em um evento na embaixada do Brasil nos EUA definido pelo Palácio do Planalto como “jantar com formadores de opinião”, em Washington. Bannon sentou-se do lado de Bolsonaro juntamente como o escritor Olavo de Carvalho –guru do bolsonarismo.