População fica em vitrine para expor preconceito
Grupo de mídia sueco faz experiência social para mostrar que só jornalismo de qualidade ajuda a combater desinformação e fake news
Para lançar luz sobre o crescimento do preconceito e da polarização que ele cria, um grupo de mídia sueco propôs um desafio à população: Ficar em uma vitrine e receber rótulos de quem passava pela rua.
Catraca Livre criou o projeto Causando, apoiado pelo Carrefour, para mostrar como as marcas desenvolvem e assumem causas.
Os voluntários sentavam-se em cadeiras, sozinhos, atrás de uma vidraça de loja.
Os pedestres eram convidados a responder uma série de perguntas sobre a pessoa na vitrine. Tudo sem saber absolutamente nada sobre ela, exceto sua aparência.
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As respostas eram projetadas na vitrine e exibidas online. E incluíram desde pervertido e vagabunda até estúpido e terrorista.
A experiência foi uma forma de chamar a atenção para algo comum, mas pouco notado no dia a dia: julgamentos e preconceitos.
Quem estava na vitrine sentiu o que era passar pelo crivo que quem não sabia nada a seu respeito. E quem respondeu ao questionário vivenciou como pode ser fácil julgar sem conhecer a pessoa.
Contra o preconceito
São os julgamentos e os preconceitos os componentes que ajudam a causar mal-entendidos e segregações. É, como diz o filme, o que faz com que nos dividamos entre “nós” e “eles”.
A mensagem do grupo de mídia Stampen Media e da agência Stendahls é em prol de um jornalismo de qualidade. Só ele tem o poder de combater fake news, notícias rápidas e “filter bubble”, um estado de isolamento intelectual que pode resultar de buscas personalizadas, devido aos algoritmos usados em ferramentas de pesquisa.
Com fatos e conhecimento, o jornalismo ajuda a acabar com preconceitos, apregoa a campanha.
A experiência social “Visible Thoughts” (pensamentos visíveis) foi gravada na cidade sueca de Gothenburg. No total, 6.000 pessoas participaram da iniciativa.
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