App promete barrar fraude na apuração em eleições

19/08/2014 00:00 / Atualizado em 06/05/2020 16:47

Com a aproximação das eleições, a conduta política volta a preocupar mais os eleitores. Mas também há um outro questionamento em pauta: o sistema de votação eletrônica brasileira é reconhecidamente confiável e seguro?

Em 2012, um grupo de técnicos da UnB (Universidade de Brasília) comprovou, em processo promovido pelo próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o sistema é falho e não garante o sigilo do voto nem a integridade dos resultados.

“Basta o eleitor utilizar o aplicativo para capturar fotos do BU ( Boletim de Urna)de sua seção eleitoral, uma espécie de recibo emitido pelas urnas eletrônicas que contém os totais de cada candidato naquela urna”, explica. “Assim poderemos comparar a informação extraída dessas fotos com os boletins eletrônicos publicados pelo TSE alguns dias após o resultado. Desta forma, ficam evidentes possíveis erros ou fraudes na transmissão dos BUs para os servidores oficiais.”

A viabilização do aplicativo entrou em financiamento coletivo e em apenas seis dias quase bateu a meta de R$ 30 mil. Agora, com apenas nove dias antes da finalização da campanha, já conta com R$ 49 mil em contribuição.

“Os recursos adicionais serão provavelmente encaminhados para divulgação e confecção de material de treinamento e estamos estudando se há necessidade de financiar o aplicativo para outras plataformas além do Android, dado que recebemos uma oferta substancial de desenvolvedores voluntários”, diz Aranha.

Diego Aranha, pesquisador-chefe da equipe que identificou as vulnerabilidades da urna eletrônica[/img]

Sobre possíveis falhas no sistema do Você Fiscal, o pesquisador afirma que é difícil detectar se foi capturado um Boletim de Urna real ou o recebimento de imagens adulteradas. “Quando houver discrepância entre as duas versões do BU teremos que fazer análise manual ou semi-automática”, diz.

“A redundância pode fornecer evidências de manipulação, por isso é importante que cada eleitor fiscalize várias seções eleitorais e cada seção eleitoral seja fiscalizada por vários eleitores.”