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Artista plástico convida homens para ‘rodas de crochê’

Thiago Rezende, idealizador do projeto Homem na Agulha
Thiago Rezende, idealizador do projeto Homem na Agulha

Thiago Rezende tinha 30 anos quando começou a fazer crochê para aplicar a técnica nas oficinas da exposição Desenho de Fibra, no Sesc Pompeia, na capital paulista, em 2012. “Fiquei viciado”, confessa o artista plástico, que passou a criar obras de arte usando linha e lã. “Tecendo você entra num processo muito introspectivo, quase uma meditação”, compara.

De amigurumis (bichinhos em crochê com enchimento) a tapetes, ele não parou mais. Quando surgiram os primeiros convites para aulas e intervenções, feitas em parceria com Luis Cambuzano, disse que notou um estranhamento: “Antes do preconceito de gênero, vem a questão da idade. Crochê é coisa de avó. Está arraigado na cultura brasileira”.

“Quando as pessoas me veem tecendo em público, acredito que esse estranhamento seja dobrado, por eu ser homem e jovem”, pontua Rezende, que, apesar de não ter essa intenção, aproveitou a oportunidade para questionar a dicotomia entre tarefas femininas e masculinas e a militar em defesa da liberdade de escolha.

Aula no Centro Cultural São Paulo
Aula no Centro Cultural São Paulo

O Homem na Agulha, projeto da dupla de artistas, convida de tempos em tempos homens a fazerem crochê e tricô. Em grupos de dez ou mais, eles aprendem e executam a tarefa na hora, “sem vergonha de assumir o que estão fazendo e nem de uma forma velada”. A terceira “roda de crochê”, gratuita, acontece neste mês, em data e local a serem divulgados nos próximos dias.

Por QSocial