Deputada gaúcha busca humanizar a política através da amamentação

No final do mês passado, a deputada gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB/RS) foi flagrada amamentando sua filha Laura, de 11 meses, durante a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia.

A imagem acabou correndo o mundo e virou notícia em diversos países da América Latina e Europa, além da Índia, Japão e Nigéria.

A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB/RS) amamenta a filha Laura durante comissão na Assembleia gaúcha

Esta semana o assuntou voltou à tona. A deputada usou sua página no Facebook para comentar o caso e também para refletir sobre diferentes aspectos da maternidade após receber centenas de notificações de compartilhamento e citações da imagem.

No texto, Manuela diz que a filha “foi amamentada exclusivamente até os seis meses e, que mesmo agora, quando Laura já possui 11 meses, continua amamentando-a”.

“Via de regra, a amamento ou no gabinete ou no banheiro. Busco um local em que ela se sinta acolhida. Aquele dia, porém, a comissão começou a se estender por pautas trazidas por mim. Ela mamou ali. E dormiu. todas as mulheres que são mães e amamentam ou amamentaram sabem que esse gesto é natural e espontâneo!”, escreveu a deputada.

Manuela também aproveitou para fazer uma reflexão dos porquês sua imagem amamentando ao lado da filha em um espaço de poder incomoda tanto.

“A política é masculina e machista, a política não tem espaço para as mulheres, a política não tem espaço para o que nos diferencia dos homens, a política não tem espaço para a ingenuidade e para a alegria das crianças, não tem espaço para a naturalidade com que conciliamos nosso trabalho e nossas lutas com nossos bebês. Levar Laura comigo tornou-se, sem que eu percebesse, uma forma de resistir a política que desumaniza”, diz o texto.

Leia abaixo o depoimento completo:

Lei

Embora amamentar seja absolutamente normal e essencial para os bebês, o ato ainda causa constrangimento em uma sociedade conservadora como a nossa.

Em São Paulo, uma lei em vigor desde o ano passado prevê uma multa de R$ 500 a quem impedir a amamentação em público.

O projeto de lei foi proposto após uma mãe ter sido orientada a não amamentar seu filho em público no Sesc Belenzinho, na zona leste da capital, em 2013. A proibição gerou grande repercussão na internet e mães realizaram um “mamaço” nas instalações da unidade.