Filha de ex-viciados, ‘jovem mãe da cracolândia’ acolhe crianças
Atuação desta missionária é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
A missionária e enfermeira Joana Machado Rodrigues, de 30 anos, é uma espécie de “jovem mãe” para centenas de crianças que vivem na cracolândia, na região central de São Paulo. Ela é coordenadora do projeto social Novos Sonhos que, há oito anos, oferece aulas gratuitas de esportes, música e reforço escolar para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
De acordo com informações do site Universa, Rodrigues é, ainda, responsável pela alimentação, pela saúde e pelo acompanhamento psicológico e emocional dos estudantes. Atualmente, três deles vivem em sua casa.
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“O mais importante é acolhermos todos, criarmos um relacionamento”, diz a enfermeira, que é filha de ex-usuários de drogas. “Não pode ser só uma cesta básica, um ensino bíblico e ações sociais. As crianças não vivem disso, vivem de relacionamentos e a gente realmente faz parte da vida delas.”
Joana possui a guarda provisória de Jessica Vitória, de 14 anos, há quatro anos. A menina não foi registrada quando nasceu por negligência dos pais biológicos, que são dependentes químicos, e não sabe sua origem exata. Ela foi criada pela avó paterna, que morreu, e por um primo de 15 anos. O pai está preso e a mãe cumpriu pena recentemente, mas não quis a guarda ou mesmo o contato. “A família inteira está presa ou sofre com o vício”, relata a missionária. “Vivia reclusa dentro de um quarto, assistindo TV e eventualmente limpando o único banheiro que tinha no local.” Hoje, a garota está matriculada em uma escola e já lê e escreve.
A “jovem mãe” engravidou de Rebecca, que hoje tem 1 ano, logo depois da chegada de Jessica. Além delas, vivem na casa da enfermeira e de seu marido, Lael Menezes Rodrigues, 28, mais duas crianças –Sandra, 13, e o irmão, Paulo, 8. Eles moravam em frente ao edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no centro de São Paulo no último dia 1º.
A missionária é a caçula de três irmãos e nasceu e cresceu no interior da Bahia. Conta que sofria preconceito por ser “filha de usuários”. Hoje, os pais se recuperaram e construíram suas profissões, sempre ao redor da religião protestante, da qual também são missionários. A vida de Rodrigues mudou quando sua mãe foi recrutada para trabalhar na cracolândia e sair da Bahia. “Sofri muito e trabalhei para preencher os vazios”, desabafa. “Foram decisões difíceis, mas não me arrependo, pois o que vivo hoje me motiva.”
Leia a reportagem completa no Universa