Projeto ajuda alunas da escola pública a desenvolverem apps

Como uma menina pode se interessar por temas relacionados ao desenvolvimento da tecnologia? Ao observar uma prima, a cientista Ph.D Vanessa Testoni, encontrou uma alternativa.

“Percebi que ela odiava esses assuntos mas não desgrudava do smartphone. Foi quando pensei que ela poderia adorar aprender a fazer o seu próprio aplicativo. Algo que pudesse ter orgulho de mostrar para as amigas.”

Meninas do projeto “Querido Cabelo”, que facilita o processo de doação de cabelo para a confecção de perucas para mulheres que passaram por quimioterapia

A partir dessa constatação nasceu o projeto Smart Girls Code, uma iniciativa da IEEE Women in Engineering da Unicamp junto com a Sansumg para aproximar alunas do ensino médio da área de Tecnologia da Informação.

No início da proposta, 40 estudantes da Escola Estadual Professor Hilton Federici, em Barão Geraldo (distrito de Campinas), a maioria com dificuldades em matemática e todas sem nenhum conhecimento prévio de programação, toparam o desafio e ao longo de 2014 se preparam, por meio de aulas de lógica, de programação em Android, ajuda de mentores e até palestras sobre empreendedorismo,  para apresentarem um aplicativo produzido por elas.

“O foco era que elas entendessem o que é a programação, se sentissem capazes de verdade de fazer um aplicativo para celular e de transformarem suas ideias em um negócio próprio.”

A professora Juliana Freitag Borin, coordenadora do projeto Smart Girls Code

No final, depois de vários problemas de infra-estrutura e material disponível, além da dificuldade da falta de tempo e de dinheiro das meninas, dez alunas divididas em grupos apresentaram três aplicativos. O projeto vencedor foi o “Querido Cabelo” que facilita o processo de doação de cabelo para a confecção de perucas que são doadas para mulheres que passaram por quimioterapia. Outros dois apps de destaque foram o “Bravo!”, que possibilita que os próprios artistas promovam os seus espetáculos, e o “Quero Abrigo” que conecta ONGs e pessoas que querem doar e adotar animais de estimação.

“Elas nos surpreenderam. Creio que conseguimos passar que a tecnologia não é algo inútil, porque há quem diga que mulher não gosta muito disso porque não vê aplicação prática.”

Na cerimônia de encerramento do projeto, em dezembro de 2014, as integrantes de cada grupo ganharam tablets, um curso oferecido pela Escola Mupi e ainda foram convidadas a participar da competição internacional do Technovation Challenge em 2015, cuja final acontece na Califórnia, nos Estados Unidos. O melhor aplicativo ganhará U$10 mil de financiamento e suporte para desenvolvimento de seu aplicativo.