Terapia usada em cães pode ser passo para cura de câncer de pele

Uma terapia desenvolvida pelo Inct (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) em Nanobiotecnologia, que cura um tipo de câncer de pele em cães, pode ser grande passo para a descoberta da cura de alguns tipos de câncer humanos. Nos testes clínicos feitos em cachorros, a terapia fotodinâmica, que envolve uma emulsão com uso de nanotecnologia e a aplicação de um fotossensibilizador, tem curado os tumores malignos, dispensando quimioterapia, radioterapia e cirurgia, que muitas vezes são mutiladoras.

De acordo com o coordenador do Inct em Nanobiotecnologia e orientador do projeto, Ricardo Bentes, o tratamento já está sendo testado em câncer de pele humano.

Em humanos, o hemangiossarcoma é mais comum em órgãos internos, onde é difícil chegar com a luz. Porém, a técnica está sendo adaptada para a cura do carcinoma basocelular, comum em pele humana, e que atualmente pode ser curado principalmente com cirurgia, quimioterapia local e radioterapia. O próximo passo, segundo o pesquisador, será investir na adaptação deste tratamento para outros cânceres humanos –nos quais a luz possa alcançar– e patologias causadas por fungos e bactérias.

O especialista explica que além de matar as células do tumor, esse tratamento estimula a imunidade do organismo. Segundo Ricardo, já existe uma primeira geração de fotossensibilizadores no mercado, mas diferentemente da nova tecnologia, a antiga exige a incidência de luz no tumor por mais tempo e também a permanência do paciente no escuro para evitar lesões. Outra desvantagem da primeira geração, segundo o especialista, é que ela usa um comprimento de onda baixa, o que por vezes impossibilita a morte das células malignas por completo. Ele salientou que “o comprimento da luz vermelha atinge profundidades maiores do tumor”.

A vantagem da nova terapia é que ela não tem efeitos colaterais, “no máximo um pouco de dor no momento da aplicação. O paciente não vai sentir enjoo, nem perder cabelo, e assim o paciente adere melhor ao tratamento. Além disso, o paciente faz o tratamento e meia hora depois vai para casa, não precisa ser internado”. O professor informou que busca parcerias com a indústria farmacêutica para viabilizar a oferta do produto no mercado.

Com informações da Agência Brasil