Do Brás até Mauá, sambistas tocam no trem
Evento é promovido por sambistas do Terra Brasileira e do Samba de Terreiro de Mauá
Nos idos da década de 1920, toda uma geração de sambistas se formava nos morros e subúrbios do Rio de Janeiro. Para ir trabalhar, na região central da cidade, era preciso pegar o trem. As longas viagens, com destino a Central do Brasil, no entanto, eram menos penosasa para aqueles bambas que “gastavam” o tempo batucando nas paredes e cantando sambas que exprimiam todo o lirismo e a versatilidade de uma nova geração de músicos que se formava na então capital do Brasil.
Nascia ali o “samba no trem”, que atravessou décadas e se tornou uma manifestação autêntica, lembrada todos os anos nas celebrações do Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro.
Diferentemente do que ocorre no Rio de Janeiro, onde esta festa já se institucionalizou – grandes espetáculos ocorrem nas estações e vagões inteiros são dedicados aos “profissionais” do samba (artistas consagrados e famosos) -, em São Paulo, a espontaneidade permanece e quem faz os festejos são sambistas que tocam nas esquinas, nos botequins e nos terreiros, muitas vezes organizados em “projetos” (ou “comunidades”) de resgate, preservação e valorização do samba.
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Neste sábado, 3, ocorre, em São Paulo, a 6ª edição do Samba no Trem, promovido por sambistas do Terra Brasileira e do Samba de Terreiro de Mauá.
A “concentração” será às 14h, no Sindicato dos Ferroviários (local das rodas de samba do Terra Brasileira) e os batuqueiros, munidos de pandeiros, cavaquinhos e tamborins, partirão, às 16h, da Estação Brás com destino a Guapituba (Mauá).
Nesse trajeto, a Linha 10 Turquesa da CPTM irá transformar-se em um verdadeiro reduto de samba, com sambistas de vários costados da Pauliceia celebrando o ritmo que é a alma de nossa música popular brasileira.
Ao desembarcar, no município de Mauá, o bando seguirá até o Centro Cultural Dona Leonor, onde a roda de samba continuará, sem hora para terminar.
Confira um vídeo do Samba no Trem em 2010: