Mostra com produções de diretoras brasileiras
Neste mês de março, que comemora-se o Dia da Internacional das Mulheres, o Sesc Santana promove a mostra “Visões Femininas” em que as produções de diretoras brasileiras ganham destaque.
Nas próximas terças-feiras, 22 e 29, os filmes “A Hora da Estrela”, “3 Minutos”, “Cartão Vermelho”, “Dalva”, “Desventuras De Um Dia Ou a Vida Não é Um Comercial de Margarina”, “Messalina” e “Estória Alegre”.
A programação nos remete ao panorama histórico da mulher no cinema brasileiro, tanto na direção como em outras funções audiovisuais, como as grandes atrizes reconhecidas por atuações clássicas. A primeira mulher brasileira a realizar um filme foi Cleo de Verbena, que idealizou, atuou, dirigiu e financiou o longa “O Mistério do Dominó”, em 1930.
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Nos anos 60, com o movimento do Cinema Novo, considerado machista por alguns, apenas um filme foi dirigido por uma mulher, Zélia Costa, com “As testemunhas não Condenam”, de 1962. A presença feminina estava relegada às funções de assistentes, figurinistas, continuístas.
Na década de 70, algumas mulheres assumem-se como roteiristas e diretoras, contando suas próprias histórias. A década de 80 celebrou a conquista do Urso de Prata, de Berlim, por “A Hora da Estrela”, de Suzana Amaral. Mulheres documentaristas também se destacam nesse período, propondo discussões sobre diferentes temas, questões e formas.
No final dos anos 80 e começo de 90 a produção nacional de longas-metragens fica prejudicada pelo golpe do governo Collor. Somente os curtas-metragens, por receberem incentivo regional e municipal, conseguem sobreviver à falta de produção cinematográfica. Com essa experiência, uma nova geração de cineastas pode realizar seus primeiros longas na segunda metade dos anos 90, quando então voltam a acontecer políticas para o cinema.
Programação
Dia 22
A Hora da Estrela
(Direção: Suzana Amaral. SP – 1985 – 96 min. Com: Marcélia Cartaxo, José Dumont, Tamara Taxman, Fernanda Montenegro, Denoy de Oliveira, Lizete Negreiros, Umberto Magnani, Claudia Resende, Maria do Carmo Soares)
Macabéa é uma migrante nordestina semi-analfabeta, órfã de tudo, que trabalha como datilógrafa numa pequena firma e vive numa pensão. Ela conhece o também nordestino Olímpico, um operário metalúrgico, e os dois começam a namorar. Mas Glória, uma colega de trabalho de Macabéa, rouba-lhe o namorado, seguindo o conselho de uma cartomante. Macabéa faz uma consulta à mesma cartomante, Madame Carlota, e esta prevê seu encontro com um homem rico, bonito e carinhoso. Baseado na obra homônima de Clarice Lispector.
Classificação: 12 anos.
Dia 29
3 Minutos
(Direção: Ana Luíza Azevedo. RS – 1999 – 6 min.)
Sinopse: O tempo de passar o bastão e correr 1.600 metros. De cozinhar um ovo. O tempo de tomar uma decisão que pode mudar a sua vida, antes que “caia a ficha”.
Cartão Vermelho
(Direção: Laís Bodanzky. SP – 1994 – 14 min.)
Lá vem ela! Mata no peito, domina na coxa, toca a bola no vão das pernas. A descoberta da sexualidade de uma menina, jogadora no futebol de várzea.
Dalva
(Direção: Caroline Leone. SP – 2004 –10 min.)
Visão poética do cotidiano de uma mãe solteira vivendo na cidade de São Paulo. O sonho contado pela filha transforma seu dia em objeto de reflexão sobre as possibilidades individuais de felicidade.
Desventuras De Um Dia Ou a Vida Não é Um Comercial de Margarina (Direção: Adriana Meirelles. SP – 2004 – 10 min.)
Logo cedo, trânsito e preocupações ocupam os pensamentos de Luíza. Assim passa o seu dia, tentando cumprir o fluxo de trabalho e assumindo elementos metafóricos de seus sentimentos em cada momento. No final do dia, volta para casa cansada buscando a redenção e vê o mundo com outras cores.
Estória Alegre
(Direção: Cláudia Pucci. SP – 2002 – 9 min.)
Isso aconteceu há muito tempo. Soube, depois de anos, da alegria com que Nádia sempre se lembrou das descidas, do som das rodas no concreto, das palavras ao vento. Que importância tem o frasco, face à embriaguez do perfume? Baseado em conto de Anton Tchecov.
Messalina
(Direção: Cristiane Oliveira. RS – 2004 – 14 min.)
Um telefone público insiste em tocar, numa avenida de Porto Alegre. Isabel, uma jovem cega, atende o chamado. Um convite faz com que ela mergulhe numa fantasia que irá ajudá-la a quebrar os limites impostos por sua deficiência.