Tribos Urbanas no Cinema

A mostra “Tribos Urbanas no Cinema” com curadoria da Cinnamon Label e Tatá Aeroplano exibirá filmes que refletem os pensamentos, as crenças, a inventividade, a arte dos integrantes de cada um dos movimentos que renovaram o pensamento e o comportamento do mundo e propuseram novas formas de pensar cultura e atitude. A programação inclui 20 títulos, representativos de dez movimentos. Estarão em foco o universo dos Beatniks, dos Mods, Glams, Clubbers, Hippies, Yuppies, New Wavers, New Romantics, Grunges e Punks.

Classificação indicativa: de acordo com o filme.

Sessões especiais nos dias 17, 24 e 31 de maio – exibição dos melhores filmes da respectiva semana, conforme votação do público.

Sinopses e fichas técnicas

A Festa Nunca Termina, de Michael Winterbottom (24h Party People, Inglaterra, 2002, 117 min, cor, 18 anos, 35mm) Manchester, 1976. O aluno de Cambridge Tony Wilson está no show dos Sex Pistols. Totalmente inspirado por esse momento-chave da história da música, ele e seus amigos montam um selo chamado Factory. Eles assinam um contrato com o Joy Division (que viria a ser o New Order), com o James e os Happy Mondays, todos artistas seminais de seu tempo. Isso desencadeia um turbilhão de sexo, música e drogas que culmina com o nascimento de um dos dance clubs mais famosos do mundo, o Hacienda, meca de clubbers e adeptos do psicodelismo. Dia 29 de maio.

Até Que a Vida Nos Separe , de José Zaragoza (idem, Brasil, 1999, 110 min, cor, 14 anos, 35mm) João, alto funcionário da Bolsa de Valores. Maria, executiva de uma multinacional. Pedro, profissional de marketing e promoção numa grande editora. Paulo, herdeiro de uma imobiliária bem-sudedida; Lulu, produtora de moda da mesma editora onde trabalha Pedro. Eles sabem administrar sua vida materialmente, mas não emocionalmente. Além de um forte laço afetivo, as cinco personagens têm em comum um cenário onipresente: a cidade de São Paulo. Dia 21 de Maio.

Crônica de um Amor Louco, de Marco Ferreri (Storie di Ordinaria Folia, Itália/França, 1981, 101 min, Cor, 14 anos, 35mm) – Crônica De Um Amor Louco é um dos mais elogiados cult-movies dos anos 80. Inspirando-se na vida e na obra do poeta underground Charles Bukowski, o cineasta Marco Ferreri (A Comilança) criou um filme ousado repleto de erotismo e lirismo. Charles Serking (Ben Gazarra) é um poeta anárquico e beberrão que vive no submundo de Los Angeles, entre prostitutas e marginais. Numa de suas maratonas pelos bares, conhece a linda prostituta Cass (Ornella Muti), com quem inicia um tórrido e trágico romance. Dias 21 e 23 de Maio.

Control, de Anton Corbijn (Control, Reino Unido/Estados Unidos/Austrália/Japão, 2007, 122 min, P&B, 14 anos, 35mm) A vida de Ian Curtis, o genial vocalista de uma das maiores bandas dos anos 80, Joy Division, virou filme. Filmado em preto e branco, Control não é uma simples biografia de um astro do rock, por isso foi um dos grandes destaques do Festival de Cannes de 2008 e recordista de BAFTAs de todos os tempos. O filme mostra como o astro e a banda revolucionou o universo do rock de forma jamais vista, com apenas vontade e idéias inovadoras. Dias 20 e 29 de Maio.

Dogtown and Z-Boyz – Onde Tudo Começou, de Stacy Peralta (Dogtown and Z-Boyz, Estados Unidos, 2001, 88 min, cor, livre, 35mm) Você sabia que o half pipe surgiu por causa de uma seca que esvaziou as piscinas da Califórnia? Ou que a revolução do skate foi iniciada por surfistas que imitavam no asfalto suas manobras na água? Narrado por um dos atores mais cobiçados e inteligentes de Hollywood, Sean Penn, este documentário mostra a evolução do skate como esporte a partir da famosa equipe Zephyr, que se tornou lenda por suas manobras inovadoras e radicais e sua postura agressiva e transgressora. Dirigido por Stacy Peralta, um dos Z-Boys.  Dia 15 de Maio.

Eu Me Lembro, de Edgar Navarro (idem, Brasil, 2005, 108 min, cor, 16 anos, 35mm) A infância, a adolescência e as descobertas de Guiga, rapaz nascido num típico lar católico de classe média, que vivencia o Brasil em transformação nos anos JK, a revolução sexual, a descoberta dos alucinógenos e os dias de chumbo da ditadura. O primeiro amor, as perdas pessoais, a dúvida sobre os horizontes profissionais e todos os desafios do seu particular e ao mesmo tempo coletivo processo de autoconhecimento e afirmação no mundo. 7 prêmios no Festival de Brasília. Dia 13 e 16 de Maio.

HYPE!, de Doug Pray (HYPE!, Estados Unidos, 1995, 84 min, cor, 14 anos, 35mm) – Documentário cujo cenário é Seattle, centro da música moderna. Com raízes no punk rock e heavy metal, desenvolveu-se um som regional e nasceu o Grunge, que transbordou, ganhando espaço no fashion mundial. O que acontece quando a arte se transforma em bem de consumo? Com participação das bandas: Pearl Jam, Soundgarden, Nirvana, Mudhoney, 7 Year Bitch, The Posies, Seaweed, The Young Fresh Fellows, The Gits, Gas Huffer, The Supersuckers, Some Velvet Sidewalk, Zipgun, Crackerbash, Dead Mom, Hammerbox, Love Battery. Dias 20 e 23 de Maio.

Quase Famosos, de Cameron Crowe
(Almost Famous, Estados Unidos, 2001, 122 min, cor, 14 anos, 35mm) – William Miller, um garoto de 15 anos, escreve matérias sobre música para um jornal do bairro e resolve enviar um de seus artigos para o editor da revista Cream, Lester Bangs (Phillip Seymour Hoffman), que acaba se tornando seu amigo. Ao receber um convite inesperado da revista Rolling Stone e tendo Lester como seu mentor, William parte com a missão de cobrir a turnê da banda Stillwater e descobre todos os segredos dos bastidores. William acaba se apaixonando por “Penny Lane” (Kate Hudson), uma das fãs e namorada do líder da banda (Bily Crudup). Não se trata somente sobre o garoto, William, e sim sobre a época, o começo dos anos 70.  Dia 22 de Maio.

Quadrophenia, de Franc Roddam (Quadrophenia, Inglaterra, 1979, 117 min, cor, 18 anos, 35mm) Quadrophenia mudou vidas e atitudes de toda uma geração quando foi inicialmente lançado em 1979. O filme é baseado no álbum do grupo de rock, The Who, de mesmo nome. Dirigido por Franc Roddam, ele retrata de forma realista os sentimentos de desilusão e evidente confusão da juventude, envolvendo à todos com uma ótima trilha sonora assinada por Pete Townshend. Dias 13 e 27 de Maio.

Joe Strummer: O Futuro Está para Ser Escrito , de Julien Temple
(Joe Strummer: The Future is Unwritten, Irlanda/Reino Unido, 2007, 124 min, cor, 14 anos, 35mm) Joe Strummer, ex-líder da banda punk The Clash, marcou profundamente a existência de seus contemporâneos. Seu espírito contestatório revolucionou a atitude do rock’n’roll e seus ideais superaram divisões sociais e geográficas, convertendo-o num verdadeiro humanista. Através de entrevistas com personalidades, imagens de arquivo e registros inéditos de apresentações, o diretor e amigo Julien Temple faz uma biografia-homenagem deste ícone contraditório, que, com suas músicas, traçou um panorama crítico de nosso tempo. Melhor documentário no British Independent Film Awards 2007. Dias 14 e 30 de Maio.

Minha Vida em Cor de Rosa, de Alain Berliner
(Ma Vie en Rose, Bélgica, França, Inglaterra, 1997, 88 min, cor, 14 anos, 35mm) – Drama comovente sobre um garoto que pensa que é uma garota – e age como tal. O que lhe parece absolutamente normal é completamente bizarro para as pessoas que o cercam. Entre as quais está a família, que não sabe exatamente como proceder diante do comportamento estranho do filho e da reação indignada dos vizinhos. Aos poucos, no entanto, a vizinhança, que lança olhares e palavras recriminadoras para o menino de comportamento incomum, parece aprender a conviver com seu jeito diferente. Indicado ao Oscar como melhor filme estrangeiro, Dias 21 e 23 de Maio.

Modulações – Cinema para os Ouvidos, de Iara Lee (Modulations, Estados Unidos, 1998, 75 min, cor, 16 anos, 35mm) – Modulations é um filme necessário para quem gosta de música e para quem gosta de movimentos jovens. Ou pelo menos para quem gosta de se informar sobre isso. O filme é um apanhado da trajetória da música eletrônica, juntando o erudito e o pop, desde os primórdios, em 1913, quando Luigi Russolo escreveu o manifesto The Arte of Noise (nome adotado por um dos grupos de música pop mais interessantes dos anos 80). Jungle, trance e drum’n bass, ao lado da música conceitual de Stockhausen. Dias 16 e 28 de Maio.

New York Doll, de Whiteley Greg
(idem, Estados Unidos, 2005, 78 min, cor, 14 anos, 35mm) – O documentário “New York Doll” começa de onde a banda de punk rock parou, há 30 anos, quando se desfez. O vocalista David Johanson passou a se apresentar como Buster Poindexter em shows e também atuou em filmes. O filme contrasta imagens antigas dos integrantes da banda com sapatos de plataforma, lábios vermelhos e olhos pintados com os rostos mais leves e com as marcas do tempo de Kane, Johansen e Syvain Sylvain reunidos. Entrevistas com Morrissey (ex-Smiths), Mick Jones (The Clash), Bob Geldof e Chrissie Hynde (Pretenders) destacam a influência do grupo na história do rock, mas é a relação tempestuosa de Kane com Johansen que se torna o centro do filme. Dias 14 e 28 de Maio.

Noites de Lua Cheia, de Eric Rohmer, (Les Nuits de la Pleine Lune, França, 1984, 102 min, cor, 14 anos, 35mm) – Durante toda a década de 80, o mestre francês Eric Rohmer se dedicou quase que exclusivamente à realização de seu segundo ciclo de filmes: Comédias e Provérbios. O primeiro havia sido Os Contos Morais, no qual Rohmer explorou o papel das tentações nos relacionamentos contemporâneos. Em Noites de Lua Cheia, Louise mora com o namorado Remi no subúrbio. Ele quer casar, mas a garota, com medo de perder sua liberdade, decide voltar para seu apartamento em Paris. Entediada, ela procura o amigo Otavio e começa a flertar com o músico Bastien. Dia 22 de Maio.

Riding Giants – No Limite da Emoção, de Stacy Peralta (Riding Giants, Estados Unidos/França, 2004, 105 min, cor, livre, 35mm)
Riding Giants recupera todas lendas e fábulas de ondas grandes e aproveita para contar a própria história do surfe. Mostra o pioneirismo de Noll e Cia. no North Shore de Oahu, a descoberta e desabravamento de Maverick’s por Jeff Clark e as novas fronteiras de Laird Hamilton. Com o humor e a agilidade da câmera de Stacy Peralta, que já entrou para a história do Skate com seu documentário Dogtown & Z-Boys. Riding Giants é mais que um documentário. É um tributo não só a um esporte, mas a um elevado estado de espírito e um estilo de vida. Dia 30 de Maio.

Stoned – A História Secreta dos Rolling Stones, de Stephen Woolley (Stoned, Inglaterra, 2005, 102 min, cor, 18 anos, 35mm) – Stephen Woolley, um dos mais respeitados produtores britânicos, que esteve por trás dos principais filmes do irlandês Neil Jordan (Traídos pelo Desejo), nos mostra versão alternativa para a morte do músico Brian Jones, o mais completo artista, pop star, ícone fashion e mulherengo de sua época. Entre 1962 e 1969 ele se tornou uma lenda da música, criando o Rolling Stones, um dos maiores grupos de rock and roll que já existiu. Este é um filme sobre o mistério que envolve sua morte que na época, poucas semanas após ele ter saído da banda, foi considerada acidental. Novas teorias sugerem, no entanto, que tenha sido assassinato. Dias 20 e 22 de Maio.

Stop Making Sense, de Jonathan Demme
(Stop Making Sense, Estados Unidos, 2008, 88 min, cor, livre, 35mm) O palco começa vazio, e constrói-se aos poucos à medida que vai entrando mais um elemento da banda – é genial, assim como os temas expostos. Ao contrário do título original, faz todo sentido esse documentário que mostra os bastidores da turnê britânica da banda Talking Heads, liderada por David Byrne. Dias 14 e 16 de Maio.

Sem Destino, de Dennis Hopper, (Easy Rider, Estados Unidos, 1969, 95 min, cor, 16 anos, 35mm) – Sem Destino é inquestionavelmente uma das produções chaves não só da contracultura norte-americana, mas também da década de 60. Dirigido, roteirizado (em colaboração com Peter Fonda) e protagonizado por Dennis Hopper, de “Veludo Azul”, esse road movie é uma amarga reflexão sobre a sociedade norte-americana de meados dos anos sessenta, antevendo o pessimismo geral que marcaria a década de 70. Indicado ao Oscar, BAFTA, Globo de Ouro, ganhou o prêmio de melhor filme de diretor estreante no festival de Cannes de 1970. Dias 13 e 27 de Maio.

Vida de Solteiro, de Cameron Crowe (Singles, Estados Unidos, 1992, 99 min, cor, 14 anos, 35mm) – Uma divertida comédia romântica que captou um momento muito especial dos anos 90 – o movimento “grunge” de Seattle. Tanto que a trilha sonora do filme é repleta de músicas de bandas do movimento, como Nirvana e Pearl Jam. Várias histórias paralelas sobre jovens no começo da vida adulta, que estão preocupados em se firmar em suas carreiras e, principalmente, em encontrar o amor. Dia 15 de Maio.

Wall Street – Poder e Cobiça, de Oliver Stone (Wall Street, 1987, 125 min, cor, 14 anos, 35mm) Um corretor jovem e ambicioso passa a se tornar amigo de um milionário experiente na Bolsa de Valores, que passa a ser seu tutor nos negócios. Com Michael Douglas, Martin Sheen, Charlie Sheen, Daryl Hannah, Sean Young, James Spader e Terence Stamp no elenco. Vencedor do Oscar de Melhor Ator. Dia 15 de Maio.

Por Redação