Yôji Yamada comemora 80 anos na Cinemateca

Cineasta japonês ficou famoso por produzir a mais duradoura série de longas-metragens do cinema

divulgação
"Kâbê", uma das obras de Yamada presentes na Mostra

Você provavelmente já acompanhou alguma série de TV. Mas e quanto a séries de longas-metragens? O cineasta japonês Yôji Yamada ficou famoso por criar a série de longas mais extensa da história do cinema e ganha mostra na Cinemateca em setembro.

Em comemoração ao seu aniversário de 80 anos, o espaço exibe 13 obras do diretor, incluindo obras raras e fora do circuito comercial. “Yôji Yamada 80 anos” vai de 13 a 25 de setembro, das 16h às 21h,  com entrada a R$ 8.

O criador de Tora-San

Yôji Yamada nasceu em Osaka,no Japão, em 13 de setembro de 1931, mas viveu na China até o término da Segunda Guerra Mundial, quando sua família foi repatriada.

O cineasta, que tem mais de 80 filmes, concorreu 18 vezes como melhor filme e três vezes como melhor diretor ao prêmio Kinema Junpo, o mais conceituado do cinema no Japão. Formado em direito pela Universidade de Tóquio, ingressou como diretor assistente na empresa cinematográfica Shôchiku Ôfuna, em 1954. Sua estreia com diretor ocorreu em 1961, com “O Outro no segundo andar”.

Seu trabalho só ganhou destaque dois anos depois, com a obra “Esperando a Sorte”. Em seguida, dirigiu sua primeira série de filmes: “Tolo Abnegado”, “O Ingênuo Trapalhão” e “Aí vem um tolo de tanque”, que foi cancelada devido ao fracasso de bilheteria.

A experiência lhe serviu como base para criar “É triste ser homem”, sua obra de grande destaque. A série reúne 48 episódios de longa-metragem, rodados entre 1969 e 1995. A história de Tora-San, um mascate sem moradia fixa e impaciente, mas honesto e corajoso, conquistou a crítica, o público e o título de mais longa série de filmes da história do cinema mundial, reconhecida pela Guiness Book.

Ao contrário de outras séries, que modificam seus diretores e protagonistas, “É difícil ser homem” manteve tanto diretor, quanto ator principal ao longo de 26 anos. A série só teve fim em 1996, com a morte de Kiyoshi Atsumi, o conhecido Tora-San.

Confira abaixo a programação completa por dia:

13
Sala Cinemateca Petrobras

18h30 – O Ingênuo trapalhão (Iikagen baka. Japão, 1964, 35mm, cor, 93’).
O Ingênuo trapalhão é o segundo filme da primeira trilogia dirigida por Yamada, iniciada com Tolo abnegado e concluída com Aí vem um louco de tanque.

20h30 – O Samurai Do Entardecer (Tasogare seibei. Japão, 2002, 35mm, cor, 129’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Primeiro filme de samurais dirigido por Yamada, esta produção indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deu início à trilogia do diretor baseada em contos e romances do autor Shûhei Fujisawa, ao qual se seguiram Honra de samurai e A Espada oculta, também incluídos nesta programação.

14
Sala Cinemateca Petrobras

18h30 – Escola II (Gakko II. Japão, 1996, 35mm, cor, 122’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Dedicado professor de escola para alunos especiais encara um problema: dois alunos saíram para ir às compras e desapareceram. Com ajuda de seus colegas, o professor parte em busca dos alunos, disposto a solucionar o mistério. Iniciada em 1993, a série de filmes Escola foi criada por Yamada como forma de resgatar os temas principais de sua mais famosa criação, É triste ser homem. Este é o segundo longa-metragem da série, que teve mais duas continuações.

21h – Escola IV – 15 Anos (15-sai: Gakko IV. Japão, 2000, 35mm, cor, 120’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Quarto e último episódio da série Escola, em que o diretor Yamada retrata as aventuras de um dedicado professor, disposto a dar sua vida pelos alunos. Aqui, a trama gira em torno de um rapaz de 15 anos que, cansado dos estudos, abandona a escola escondido dos pais e professores e embarca numa viagem para a ilha de Yakushima, em Kyushu, buscando conhecer um mítico cedro de 7.000 anos de idade. Ao longo de sua peregrinação, o jovem encontra uma série de personagens peculiares, como um amigável motorista de caminhão e uma misteriosa praticante de montanhismo.

15
Sala Cinemateca Petrobras

18h – Meus Filhos (Musuko. Japão, 1991, 35mm, cor, 121’. Exibição em 16mm. 14 anos).
História do conflito e da reconciliação entre um velho plantador de tabaco que vive num vilarejo e seu filho caçula, que mora em Tóquio e sobrevive graças a pequenos “bicos”. Ele é chamado pelo pai para retornar para casa para o aniversário de um ano da morte de sua mãe. Após a cerimônia, o rapaz consegue um novo emprego, onde conhece uma garota surda-muda por quem se apaixona.

20h30 – Kaabe – Nossa mãe (Kâbê. Japão, 2008, 35mm, cor, 132’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Na Tóquio de 1940, uma mulher é obrigada a cuidar sozinha de suas duas filhas depois que o marido é preso como criminoso político. Com a tragédia da Segunda Guerra Mundial como pano de fundo, o filme revela a força de uma mãe que oferece amor às filhas e orgulha-se de seu marido mesmo no meio de muitas dificuldades. Baseado em romance autobiográfico da escritora Teruyo Nogami, o filme não chegou a ser lançado no circuito comercial de cinemas brasileiros, ganhando apenas algumas exibições em mostras e festivais.

16
Sala Cinemateca Petrobras

18h – Família (Kazoku. Japão, 1970, 35mm, cor, 107’. Exibição em 16mm. 14 anos).
A humilde família Kazami, que vive na ilha de Iojima, em Nagasaki, decide se mudar dali para o vilarejo de Hokkaido, no Norte do Japão, em busca de melhores condições de vida, depois que a mina de carvão onde o patriarca trabalhava é desativada. Um “road movie” que retrata as dificuldades, as despedidas e a força dos laços familiares durante a jornada dos protagonistas, que atravessa todo o arquipélago japonês.

20h – Os Anos dourados do cinema (Kinema no tenchi. Japão, 1986, 35mm, cor, 135’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Situado no Japão do início dos anos 1930, época da transição do cinema silencioso para o sonoro, o filme é uma explícita declaração de amor de Yamada ao cinema japonês do período. Feito em homenagem aos 50 anos do estúdio de Shôchiku Ôfuna, do qual Yamada era contratado.

17
Sala Cinemateca Petrobras

16h – O Ingênuo trapalhão (Iikagen baka. Japão, 1964, 35mm, cor, 93’).
O Ingênuo trapalhão é o segundo filme da primeira trilogia dirigida por Yamada, iniciada com Tolo abnegado e concluída com Aí vem um louco de tanque.

19h – Tora-San tira férias (Otoko wa tsuraiyo – Torajiro no kyujitsu. Japão, 1990, 35mm, cor, 106’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Quadragésimo terceiro episódio da série É triste ser homem, que narra as aventuras e confusões do popularíssimo personagem Tora-San (ou Torajiro). Desta vez, a trama se desenrola em torno de seu sobrinho, Mitsuo, que se reencontra com seu primeiro amor, a bela Izumi, que está inconformada com a separação dos seus pais. Izumi quer viajar para Kyushu à procura do pai, que mora com a amante, mas Mitsuo, que a princípio iria apenas acompanhá-la até a estação de Tóquio, acaba decidindo embarcar também na viagem. Ao saber disso, Tora-San e a mãe de Izumi decidem resgatá-los.

21h – O Resgate a Tora-San (Otoko wa tsuraiyo – Torajiro kurenai no hana. Japão, 1995, 35mm, cor, 107’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Quadragésimo oitavo e último episódio da série É triste ser homem, que narra as aventuras do herói ingênuo, destemperado e de bom coração, Tora-San (ou Torajiro). Neste capítulo final de sua saga, seu sobrinho Mitsuo desentende-se com sua amada Izumi e parte para uma viagem às ilhas de Amami. Ali, acaba encontrando inesperadamente o tio, Tora-San, que, por sua vez, reencontra sua ex-namorada Lily, enquanto Izumi decide correr atrás de Mitsuo para confirmar sua verdadeira intenção.

18
Sala Cinemateca Petrobras

15h30 – O Samurai Do Entardecer (Tasogare seibei. Japão, 2002, 35mm, cor, 129’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Primeiro filme de samurais dirigido por Yamada, esta produção indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deu início à trilogia do diretor baseada em contos e romances do autor Shûhei Fujisawa, ao qual se seguiram Honra de samurai e A Espada oculta, também incluídos nesta programação.

18h – A Espada oculta (Kakushi ken oni no tsume. Japão, 2004, 35mm, cor, 131’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Baseado em contos de Shûhei Fujisawa, o filme é o segundo da trilogia de samurais de Yamada, que se completa com O Samurai do entardecer e Honra de samurai, também exibidos nesta mostra. Assim como o terceiro filme da trilogia, este não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros.

20h30 – Honra de samurai (Bushi no ichibun. Yôji Yamada. Japão, 2006, 35mm, cor, 121’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
O filme é o terceiro da trilogia de samurais de Yamada, que inclui ainda O Samurai do entardecer e A Espada oculta, também incluídos nesta mostra. Como os demais filme da série, este foi adaptado de um romance do autor Shûhei Fujisawa e, assim como o segundo, este não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros.

20
Sala Cinemateca Petrobras

19h – O Resgate a Tora-San (Otoko wa tsuraiyo – Torajiro kurenai no hana. Japão, 1995, 35mm, cor, 107’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Quadragésimo oitavo e último episódio da série É triste ser homem, que narra as aventuras do herói ingênuo, destemperado e de bom coração, Tora-San (ou Torajiro). Neste capítulo final de sua saga, seu sobrinho Mitsuo desentende-se com sua amada Izumi e parte para uma viagem às ilhas de Amami. Ali, acaba encontrando inesperadamente o tio, Tora-San, que, por sua vez, reencontra sua ex-namorada Lily, enquanto Izumi decide correr atrás de Mitsuo para confirmar sua verdadeira intenção.

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Sala Cinemateca Petrobras

20h30 – A Espada oculta (Kakushi ken oni no tsume. Japão, 2004, 35mm, cor, 131’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Baseado em contos de Shûhei Fujisawa, o filme é o segundo da trilogia de samurais de Yamada, que se completa com O Samurai do entardecer e Honra de samurai, também exibidos nesta mostra. Assim como o terceiro filme da trilogia, este não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros.

22
Sala Cinemateca Petrobras

18h30 – Em busca do arco-íris (Niji o tsukamu otoko. Japão, 1996, 35mm, cor, 120’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Repleta de citações cinematográficas, a obra foi produzida com intuito de substituir a série de É triste ser homem como filme para a temporada de Ano Novo. Por esse motivo, é dedicada ao então recém-falecido ator Kiyoshi Atsumi, que interpretou o herói Tora-San em todos os filmes daquela série. Uma declaração de amor ao cinema, o filme inclui diversos trechos de filmes marcantes como Cinema Paradiso, do italiano Giuseppe Tornatore, Une Aussi longue absence, do francês Henri Colpi, Brinquedo proibido, do também francês René Clement, e Era uma vez em Tóquio, obra-prima do japonês Yasujiro Ozu, o grande mestre e influência de Yamada.

21h – Tora-San tira férias (Otoko wa tsuraiyo – Torajiro no kyujitsu. Japão, 1990, 35mm, cor, 106’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Quadragésimo terceiro episódio da série É triste ser homem, que narra as aventuras e confusões do popularíssimo personagem Tora-San (ou Torajiro). Desta vez, a trama se desenrola em torno de seu sobrinho, Mitsuo, que se reencontra com seu primeiro amor, a bela Izumi, que está inconformada com a separação dos seus pais. Izumi quer viajar para Kyushu à procura do pai, que mora com a amante, mas Mitsuo, que a princípio iria apenas acompanhá-la até a estação de Tóquio, acaba decidindo embarcar também na viagem. Ao saber disso, Tora-San e a mãe de Izumi decidem resgatá-los.

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Sala Cinemateca Petrobras

18h30 – Meus Filhos (Musuko. Japão, 1991, 35mm, cor, 121’. Exibição em 16mm. 14 anos).
História do conflito e da reconciliação entre um velho plantador de tabaco que vive num vilarejo e seu filho caçula, que mora em Tóquio e sobrevive graças a pequenos “bicos”. Ele é chamado pelo pai para retornar para casa para o aniversário de um ano da morte de sua mãe. Após a cerimônia, o rapaz consegue um novo emprego, onde conhece uma garota surda-muda por quem se apaixona.

21h – Escola II (Gakko II. Japão, 1996, 35mm, cor, 122’. Exibição em 16mm. 14 anos).
Dedicado professor de escola para alunos especiais encara um problema: dois alunos saíram para ir às compras e desapareceram. Com ajuda de seus colegas, o professor parte em busca dos alunos, disposto a solucionar o mistério. Iniciada em 1993, a série de filmes Escola foi criada por Yamada como forma de resgatar os temas principais de sua mais famosa criação, É triste ser homem. Este é o segundo longa-metragem da série, que teve mais duas continuações.

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Sala Cinemateca Petrobras

15h30 – Escola IV – 15 Anos (15-sai: Gakko IV. Japão, 2000, 35mm, cor, 120’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Quarto e último episódio da série Escola, em que o diretor Yamada retrata as aventuras de um dedicado professor, disposto a dar sua vida pelos alunos. Aqui, a trama gira em torno de um rapaz de 15 anos que, cansado dos estudos, abandona a escola escondido dos pais e professores e embarca numa viagem para a ilha de Yakushima, em Kyushu, buscando conhecer um mítico cedro de 7.000 anos de idade. Ao longo de sua peregrinação, o jovem encontra uma série de personagens peculiares, como um amigável motorista de caminhão e uma misteriosa praticante de montanhismo.

19h – Família (Kazoku. Japão, 1970, 35mm, cor, 107’. Exibição em 16mm. 14 anos).
A humilde família Kazami, que vive na ilha de Iojima, em Nagasaki, decide se mudar dali para o vilarejo de Hokkaido, no Norte do Japão, em busca de melhores condições de vida, depois que a mina de carvão onde o patriarca trabalhava é desativada. Um “road movie” que retrata as dificuldades, as despedidas e a força dos laços familiares durante a jornada dos protagonistas, que atravessa todo o arquipélago japonês.

21h – Honra de samurai (Bushi no ichibun. Yôji Yamada. Japão, 2006, 35mm, cor, 121’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
O filme é o terceiro da trilogia de samurais de Yamada, que inclui ainda O Samurai do entardecer e A Espada oculta, também incluídos nesta mostra. Como os demais filme da série, este foi adaptado de um romance do autor Shûhei Fujisawa e, assim como o segundo, este não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros.

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15h – Kaabe – Nossa mãe (Kâbê. Japão, 2008, 35mm, cor, 132’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Na Tóquio de 1940, uma mulher é obrigada a cuidar sozinha de suas duas filhas depois que o marido é preso como criminoso político. Com a tragédia da Segunda Guerra Mundial como pano de fundo, o filme revela a força de uma mãe que oferece amor às filhas e orgulha-se de seu marido mesmo no meio de muitas dificuldades. Baseado em romance autobiográfico da escritora Teruyo Nogami, o filme não chegou a ser lançado no circuito comercial de cinemas brasileiros, ganhando apenas algumas exibições em mostras e festivais.

17h30 – Os Anos dourados do cinema (Kinema no tenchi. Japão, 1986, 35mm, cor, 135’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Situado no Japão do início dos anos 1930, época da transição do cinema silencioso para o sonoro, o filme é uma explícita declaração de amor de Yamada ao cinema japonês do período. Feito em homenagem aos 50 anos do estúdio de Shôchiku Ôfuna, do qual Yamada era contratado.

20h30 – Em busca do arco-íris (Niji o tsukamu otoko. Japão, 1996, 35mm, cor, 120’ . Exibição em 16mm. 14 anos).
Repleta de citações cinematográficas, a obra foi produzida com intuito de substituir a série de É triste ser homem como filme para a temporada de Ano Novo. Por esse motivo, é dedicada ao então recém-falecido ator Kiyoshi Atsumi, que interpretou o herói Tora-San em todos os filmes daquela série. Uma declaração de amor ao cinema, o filme inclui diversos trechos de filmes marcantes como Cinema Paradiso, do italiano Giuseppe Tornatore, Une Aussi longue absence, do francês Henri Colpi, Brinquedo proibido, do também francês René Clement, e Era uma vez em Tóquio, obra-prima do japonês Yasujiro Ozu, o grande mestre e influência de Yamada.

Por Redação