Documentário debate os gêneros de improviso brasileiros

Partido alto, por exemplo, é muito semelhante a ritmos nordestinos e caipiras mesmo que não aparente ser|Partido alto, por exemplo, é muito semelhante a ritmos nordestinos e caipiras mesmo que não aparente ser

O partido alto é o repente do Nordeste, mas no universo do samba. A embolada, o jongo e até os gêneros mais recentes como o cururu e o hip hop freestyle são algumas das formas de improviso que permeiam a cultura musical brasileira. O documentário “Versificando” (2009), de Pedro Caldas, busca justamente captar as origens, formas e os sentidos destes versos improvisados.

A partir dos 14 minutos, o filme introduz o partido alto. Renato Dias, fundador do Kolombolo Diá Piratininga, explica que a principal influência sobre o gênero foi o jongo, embora outras manifestações, como o candomblé e a umbanda, também lidassem com canto de improviso e a batucada.

O jongo, por sua vez, é responsorial e regula-se por meio de versos improvisados, perguntas e respostas. Além disso, apoia-se sempre em um texto metafórico e enigmático para impedir quem estiver fora da roda de compreender o que está sendo discutido.

Para o sambista T. Kaçula, o partido alto pode ser manifestado de formas diferentes. Entre as linhas que o gênero pode seguir, existe até o partido influenciado pela embolada, ritmo nordestino que também trabalha com o improviso.

Dentro de todas estas vertentes da música brasileira, há traços culturais e étnicos predominantes em cada uma. No entanto, por serem expressões brasileiras, carregam também muitas semelhanças, seja na origem, na forma ou até no instrumental. Ou seja, o improviso de partido tem sua história ligada, direta ou indiretamente, a quase todos os outros gêneros nacionais.