10 pacientes com diabetes tipo 1 são curados com medicamento inovador
Novo tratamento experimental elimina a necessidade de insulina em 10 de 12 pacientes e abre caminho para uma possível cura funcional da doença
Uma revolução no tratamento do diabetes tipo 1 pode estar em curso: 10 dos 12 pacientes submetidos a uma nova terapia com células-tronco deixaram de precisar de insulina um ano após o procedimento.
O estudo clínico, liderado pela Vertex Pharmaceuticals e conduzido com o medicamento experimental Zimislecel, representa um avanço sem precedentes no combate à doença autoimune.
A técnica utiliza células-tronco modificadas em laboratório para se transformarem em células das ilhotas pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina.
Após a infusão, essas células se implantam no fígado, começam a produzir insulina naturalmente e restauram o controle da glicose no sangue. O resultado? Redução expressiva nos picos glicêmicos, melhora na qualidade de vida e até remissão completa do uso de insulina.

A esperança de uma “cura funcional”
Segundo os pesquisadores, todos os participantes do estudo sofriam de inconsciência hipoglicêmica, uma complicação do diabetes tipo 1 que impede a percepção dos sinais de queda de glicose, aumentando o risco de desmaios, convulsões e até morte.
Após o tratamento, os pacientes começaram a passar mais de 93% do tempo com a glicemia em níveis saudáveis (ante os 50% anteriores).
A terapia é especialmente promissora porque utiliza células cultivadas em laboratório, dispensando a necessidade de doadores falecidos, como acontece em transplantes tradicionais.
Próximos passos rumo à aprovação
Os dados completos foram publicados no New England Journal of Medicine, e os desenvolvedores esperam que a aprovação pelo FDA ocorra nos próximos cinco anos. A fase atual da pesquisa concentra-se em uma população com complicações severas, mas os cientistas acreditam que a técnica poderá ser expandida para todos os pacientes com diabetes tipo 1 no futuro.
“Este estudo nos aproxima de uma cura funcional para o diabetes tipo 1”, afirma o Dr. Trevor Reichman, cirurgião envolvido na pesquisa.