3 coisas (sem ser dieta) que você pode fazer ao engordar
A Coach de Alimentação Consciente Lígia Fabreti fala sobre a relação saudável que você tem que ter com seu corpo independente do seu peso:
Se eu me esforçar, ainda me lembro da angústia que era me pesar todos os dias. A vibe do meu dia dependia do número na balança e cada grama fazia diferença. Eu mensurava meu sucesso e minha felicidade pela forma como eu comia. Sim, eu ignorava todas as áreas da minha vida – profissão, relacionamentos, saúde, espiritualidade, família – e só uma coisa importava: meu peso e minha vontade de emagrecer.
Se você engordou recentemente ou está pesando mais do que gostaria, eu não vou falar o que você já sabe. Não vou falar que precisa de disciplina, força de vontade, fechar a boca, escolher os “os alimentos certos”. Você já está cansada de ouvir isso e você já conhece toda a cartilha de cor.
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Eu sei que muitas pessoas – mesmo as que não tem transtornos alimentares – brigam com a aparência.
Nós vivemos em um mundo que exalta o “corpo saudável”, entre aspas porque como eu sempre digo existem pessoas gordas saudáveis e não, existem pessoas magras saudáveis e não. Você não mede a saúde de alguém pela aparência. Fecha parênteses. E por mais que pareça uma preocupação com saúde, bem-estar e beleza, a cultura de dietas se baseia na culpa.
Culpa pelo prazer de uma sobremesa gostosa.
Culpa pelo tamanho da sua roupa.
Culpa por ter celulite, estria e rugas.
Culpa por ter um corpo.
Nós vivemos em um mundo criado pela indústria de dietas, e mesmo quem não faz dieta, tem a mentalidade e a linguagem de dietas. É um mundo fabuloso em que somos incentivadas a valorizar o que não temos, o que não somos, o que não podemos ter e ser. Eles nos fazem sentir culpa e nos vendem “a solução”.
Não é natural falar de coisas que a gente vive e sente o tempo todo: medo, desejo de conexão e desejo, mas é normal falar do que não se deve e no que se pode comer. Nós não falamos de sonhos e frustrações, mas nós falamos de carboidratos e proteínas. Vai entender…
Mas o que acontece quando você cansa de esperar o emagrecimento pra se permitir ser feliz? O que acontece quando você já fracassou tantas vezes em dietas que perdeu a fé em você mesma? O que acontece quando pra cada dia em restrição você passa um dia em compulsão? Como se amar em um mundo que faz do seu peso a medida do seu valor?
Eu acredito que o ganho de peso na era das dietas é uma das batalhas internas mais difíceis de encarar. É muito fácil entrar num ciclo de comer > > sentir culpa > engordar > ficar triste > comer porque está triste > sentir ainda mais culpa > engordar… Bom, você entendeu.
Eu não consigo evitar, comer é meu hobby
Além de lidar com todas essas suas batalhas internas, a frustração, a vergonha do corpo e a culpa por não ter “força de vontade”, às vezes ainda temos que lidar com o julgamento das pessoas, a “preocupação” delas com nossa saúde, com as roupas apertadas e o medo de nunca conseguir sair dessa.
Então como cuidar de você e não entrar nessa espiral de tristeza, culpa e autossabotagem quando você percebe que engordou?
Com certeza não é se odiando, se criticando e se julgando o tempo todo. É impossível se tratar com rigidez e desprezo na intenção de se tornar um ser humano feliz e autoconfiante. I-m-p-o-s-s-í-v-e-l. Quanto mais você se critica, mais você sente vontade de comer, então, certamente o caminho não é esse.
Continuar tratando esse problema no nível de comida, açúcar x gordura é persistir em um erro. Continuar achando que é questão de força de vontade é ilusão. A fome que você sente não é e nunca foi de comida. O que você realmente quer é um relacionamento profundo e íntimo, de paz e cumplicidade com você mesma. E talvez você não tenha nem ideia de como conseguir isso e dúvidas se isso sequer é possível e eu te garanto com toda certeza que é a melhor coisa do mundo e a maior sensação de leveza que você vai experimentar.
Mas engordei, e agora?
Veja aqui 3 atitudes simples para transformar sua relação com seu corpo!
Continue lendo aqui: Engordei, e agora? 3 coisas que você precisa fazer (e não é dieta!)