3 vacinas de rotina podem reduzir risco de Alzheimer em 30%, diz estudo

Estudo realizado por pesquisadores americanos descobriu que três imunizantes específicos podem ajudar na prevenção da doença

Pesquisadores da UTHealth Houston, nos Estados Unidos, descobriram que a vacinação com três imunizantes específicos pode reduzir o risco de desenvolvimento de Alzheimer em até 30%.

As vacinas contra tétano, difteria e coqueluche (Tdap) ou contra tétano e difteria (Td); herpes-zóster (HZ) e a pneumocócica foram os imunizantes estudados. A pesquisa está publicada no Journal of Alzheimer’s Disease.

Pesquisadores descobriram que imunizações rotineiras podem reduzir risco de Alzheimer
Créditos: digicomphoto/istock
Pesquisadores descobriram que imunizações rotineiras podem reduzir risco de Alzheimer

As vacinas e o Alzheimer

Os cientistas acreditam que uma das funções indiretas dessas vacinas seja a diminuição do risco para o Alzheimer.

“Nós levantamos a hipótese de que o sistema imunológico é responsável por causar a disfunção das células cerebrais na doença de Alzheimer. As descobertas nos sugerem que a vacinação está tendo um efeito mais geral no sistema imunológico, reduzindo o risco de desenvolver a doença”, explica Paul E. Schulz, neurologista e co-autor do artigo.

Os dados apontam que pacientes com 65 anos ou mais, vacinados com a Tdap ou a Td, tiveram 30% menos chances de desenvolver a doença.

Para a vacina contra herpes-zóster (HZ), o risco reduziu 25%. Já a vacina pneumocócica apresentou redução de 27% no risco de desenvolvimento do Alzheimer.

Entendendo a proteção

O estudo ainda não conseguiu esclarecer integralmente o motivo dessa proteção relacionada às vacinas. Uma das teorias é que as vacinas poderiam alterar a forma como o sistema imunológico responde ao acúmulo de proteínas tóxicas que contribuem para o Alzheimer, tornando mais eficiente a eliminação das mesmas, ou reduzindo o dano colateral à células cerebrais saudáveis.

A vacina Tdap protege contra tétano, difteria e coqueluche. Ela é aplicada em adolescentes e adultos e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cada 10 anos é necessário uma injeção de reforço para manter a proteção contra as infecções bacterianas.

A vacina pneumocócica protege contra diversas tipos de infecção, sendo comum em crianças pequenas, mas também é indicada para adultos mais velhos, devido ao maior risco de doenças graves e morte.

Já a vacina contra herpes-zóster, mesmo vírus que causa a catapora, acaba sendo recomendada para pessoas a partir dos 50 anos de idade e custa caro.