6 grupos de vírus aumentam o risco de demência

Pesquisadores identificam vínculos entre iInfecções virais e doenças neurodegenerativas, aumentando o alerta para pacientes mais velhos

Risco de demência precoce
Créditos: iStock/Lars Neumann
Risco de demência precoce

Um recente estudo publicado na revista Neuron trouxe à luz uma ligação alarmante entre infecções virais e o aumento do risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica (ELA), demência generalizada e vascular, doença de Parkinson e esclerose múltipla (EM).

Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA analisaram dados de 800 mil pacientes britânicos e finlandeses ao longo de 15 anos, comparando-os com um grupo de controle. Os resultados revelaram 45 exposições virais associadas a um risco significativamente maior de doenças neurodegenerativas, com 22 desses vírus sendo examinados em detalhes.

Vírus e demência

Dentre as descobertas mais perturbadoras, foi estabelecida uma ligação evidente entre a encefalite viral e a doença de Alzheimer, assim como entre o vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla. Contudo, a maioria das associações apontou para a demência como principal preocupação. Seis grupos de vírus mostraram resultados significativos:

  • Encefalite Viral
  • Verrugas Virais
  • Gripe e Pneumonia
  • Gripe em Geral
  • Pneumonia Viral
  • Outras Doenças Virais

Surpreendentemente, em alguns casos, o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas aumentou até 15 anos após a infecção inicial.

Como os Vírus Afetam o Cérebro

A explicação dos cientistas é ainda mais preocupante. A maioria dos vírus analisados pode penetrar no sistema nervoso central atravessando os nervos periféricos ou atravessando a barreira hematoencefálica. Esse processo sugere que esses vírus não apenas aumentam o risco de doenças neurodegenerativas, mas também reduzem a resistência à neurodegeneração e a capacidade do cérebro de realizar tarefas mentais complexas, contribuindo assim para a inflamação cerebral.

Além disso, os pesquisadores alertaram que, se o cérebro já estiver em processo degenerativo, uma infecção viral pode acelerar significativamente o processo de deterioração. Essas descobertas destacam a importância da pesquisa contínua sobre as interações complexas entre infecções virais e saúde cerebral, especialmente em uma população mais velha, onde as complicações neurodegenerativas são mais prevalentes.

Este estudo não apenas aumenta a compreensão científica sobre as causas potenciais de doenças neurodegenerativas, mas também ressalta a necessidade urgente de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento para proteger a saúde cerebral, especialmente em grupos de alto risco.