6 pontos cruciais sobre a gripe aviária: principais sintomas, formas de prevenção e mais

Desde 2003, OMS contabilizou 954 infecções humanas e 464 mortes em todo o mundo

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
16/05/2025 14:15 / Atualizado em 24/05/2025 21:31

Desde 2003, OMS contabilizou 954 infecções humanas e 464 mortes em todo o mundo – iStock/Md Zakir Mahmud
Desde 2003, OMS contabilizou 954 infecções humanas e 464 mortes em todo o mundo – iStock/Md Zakir Mahmud - Getty Images

Pela primeira vez no Brasil, foi identificado o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma criação comercial de aves.

A confirmação, feita nesta sexta-feira, 16, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, acende um alerta tanto para os riscos à saúde quanto para possíveis consequências no setor agropecuário.

Em meio aos esforços das autoridades para conter o foco de transmissão, destacamos seis pontos importantes sobre a doença que você precisa saber. 

1. O que é a gripe aviária?

A gripe aviária é um vírus que circula sobretudo entre aves, mas pode infectar mamíferos — humanos incluídos. O subtipo mais preocupante hoje é o H5N1, classificado como de “alta patogenicidade” porque mata rapidamente aves domésticas e silvestres. Quando ele se espalha nessas populações, aumenta a chance de saltar ocasionalmente para pessoas.

2. Situação nas Américas e no Brasil

Desde 2022, surtos de H5N1 atingem pelo menos 16 países das Américas. Em 16 de maio de 2025, o Ministério da Agricultura confirmou o primeiro foco em uma granja comercial brasileira, em Montenegro (RS).

O episódio ocorre dois anos depois das primeiras detecções em aves silvestres no país e é relevante porque o Brasil lidera as exportações mundiais de frango — qualquer restrição pode impactar bilhões de dólares em comércio e empregos. 

3. Há risco para as pessoas?

O vírus não pega “fácil” em humanos: são necessários contato muito próximo e sem proteção com aves doentes ou ambientes contaminados. Mesmo assim, a OMS acumulou 954 infecções humanas e 464 mortes no mundo entre 2003 e 2024, o que mostra alta letalidade quando a infecção acontece. Organização Mundial da Saúde

Nos Estados Unidos, por exemplo, onde há surto em aves e até em vacas leiteiras, o Centro de Controle de Doenças (CDC) mantém que o risco geral à população segue baixo e não há transmissão sustentada entre pessoas.

4. Como a gripe aviária se manifesta em humanos?

  • Febre alta (≥ 38 °C) e tosse são os sinais iniciais mais comuns.
  • Pode evoluir rapidamente para falta de ar, pneumonia grave e, em casos extremos, óbito.
  • Sintomas digestivos (náusea, vômito, diarreia) aparecem com alguma frequência.

Procure atendimento médico se apresentar esses sintomas após contato com aves doentes ou mortas.

5. Diagnóstico e tratamento

  • O exame é feito a partir de secreção nasofaríngea colhida em até 10 dias após o contato de risco.
  • O antiviral oseltamivir é mais eficaz quando iniciado nas primeiras 48 h de sintomas (mas ainda ajuda mesmo depois). Ele reduz complicações e tempo de internação.

6. Como se prevenir

  • Não toque em aves doentes ou mortas; comunique a Defesa Agropecuária ou a vigilância ambiental local.
  • Profissionais que lidam com aves devem usar EPI completo (luvas, máscara/respirador, óculos, avental).
  • Lave as mãos após qualquer contato com animais ou ambientes rurais.
  • Carne de frango e ovos cozidos ou bem passados são seguros — o vírus morre a 70 °C.

Sinal de alerta: A gripe aviária H5N1 continua rara em humanos, mas o primeiro caso em granja brasileira reforça a importância de vigilância conjunta entre setores de saúde animal e humana para proteger as aves — e, por tabela, as pessoas.

Brasil confirma primeiro caso de gripe aviária no RS

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, na noite de quinta-feira, 15, a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP, subtipo H5N1), popularmente chamada de gripe aviária, em uma uma granja comercial de aves no município de Montenegro, Vale do Caí, Rio Grande do Sul.

Trata-se do primeiro foco registrado na avicultura comercial brasileira desde que a doença começou a se espalhar pelo mundo em 2006.