9 questões sobre saúde íntima ignoradas na consulta médica

Nas consultas ginecológicas ou urológicas, muitas pessoas desistem de fazer certas perguntas por serem constrangedoras ou por medo do médico as considerar óbvias demais. No entanto, o questionamento desses aspectos pode ser o mais importante, indicando uma doença ou comportamento inadequado nas relações sexuais.

Para esclarecer essas questões, o site Minha Vida conversou com especialistas que responderam nove perguntas sobre saúde íntima, normalmente ignoradas durante a consulta médica.

Se ocorrer qualquer fissura ou lesão no órgão sexual, é necessário procurar um médico
Se ocorrer qualquer fissura ou lesão no órgão sexual, é necessário procurar um médico

Confira algumas dúvidas:

É normal ter um dos seios ou testículos maior que o outro?

Diferenças discretas de volume entre os testículos e seios são consideradas normais. No caso dos seios, pode acontecer principalmente em mulheres porque, na puberdade, uma das mamas pode ter mais receptores de hormônio, levando a um crescimento maior. “Nos testículos isso ocorre geralmente por conta da variação no pequeno volume de líquido que se apresenta ao redor dos testículos”, explica o urologista Mauro Pinheiro, do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia – regional Rio de Janeiro.

Essas diferenças são preocupantes quando surgem subitamente, são muito grandes e/ou associadas à dor na região. “Nestes casos, deve-se suspeitar de processos inflamatórios, infecciosos ou até mesmo de câncer, e um médico urologista ou mastologista deve ser consultado.”

Após masturbação excessiva, é normal o pênis ou a vagina ficar inchado?

“O atrito em excesso nos tecidos do pênis e vagina pode resultar em um edema, que é um discreto acúmulo de líquido nesses tecidos”, explica o urologista Mauro. O resultado disso é um aspecto de “inchaço”, que pode ocorrer devido a esse líquido acumulado. “O edema tende a reduzir e desaparecer algumas horas após o repouso”, diz. Caso o problema persista, o indicado é procurar um médico.

As bombas penianas, muito utilizadas na Europa e Estados Unidos, são mecanismos que, acoplados ao pênis, produzem um vácuo que faz com que o sangue venoso reflita para dentro do pênis, em um processo semelhante ao da ereção. “A diferença é que, na ereção verdadeira, o sangue que preenche o pênis é arterial e não venoso”, explica o urologista Mauro. Se utilizadas durante um período prolongado ou caso ocorra um vácuo muito forte, pode sim ocorrer um edema dos tecidos periféricos, visualizados como um “inchaço”.

É necessário tomar banho imediatamente após a relação sexual?

Sim, é necessário, mas você não precisa sair correndo para o banheiro logo após o sexo. Higienizar o órgão sexual depois do ato ajuda a evitar principalmente infeções causadas por fungos, como a candidíase. Lavar o órgão após a relação sexual também ajuda a remover resíduos de sêmen e excesso de lubrificante do preservativo.

Caso você não tenha usado preservativo, a higiene também serve para retirar o muco da lubrificação natural da vagina junto com resíduo de secreção espermática após a ejaculação – ambos ricos em substâncias que servem como meio de cultura para bactérias e fungos.

“A flora bacteriana nos tecidos do pênis e vagina está aumentada após a relação sexual, principalmente quando próximo do período menstrual”, afirma o urologista Mauro. Caso essa flora esteja modificada por conta de patologia prévia na mucosa do pênis ou vagina, há o risco de transmissão de DSTs. “A higiene pode ser feita até em poucas horas após a relação – não precisa ser imediatamente, porém não se deve deixar nunca para o dia seguinte.”

Por que algumas pessoas têm vontade de urinar após a relação sexual?

Segundo o urologista Mauro, existe um reflexo após o orgasmo sexual, que desencadeia a contração de vários músculos da pelve, inclusive da bexiga e dos esfíncteres envolvidos na micção, podendo desencadear em alguns indivíduos um desejo de urinar logo após. “Urinar depois do sexo também é importante para limpar o canal urinário, diminuindo o risco de possíveis infecções por bactérias”, ressalta a ginecologista Rita Géssia Patriani Rodrigues, do hospital São Luiz Itaim, em São Paulo.

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