9 sintomas de refluxo ácido e o que fazer para aliviá-los
A combinação de mudanças no estilo de vida e medicação geralmente aliviam os sintomas
Sentir um pigarro constante na garganta ou apresentar uma tosse crônica podem ser sinais de refluxo ácido.
Também conhecida como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), a condição pode causar desconforto significativo e ter períodos de melhora e piora dos sintomas.
O que é refluxo?
O refluxo ácido é uma condição em que o ácido gástrico flui do estômago de volta para o esôfago, causando desconforto e irritação.
O esôfago é o tubo que conecta a garganta ao estômago, e normalmente, uma válvula chamada esfíncter esofágico inferior (EEI) impede que o conteúdo do estômago retorne.
No entanto, quando essa válvula não funciona corretamente, o ácido pode subir, levando ao refluxo ácido.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (SBMDN), a doença afeta cerca de 12% a 20% da população brasileira.
Sintomas de refluxo ácido
- Azia: sensação de queimação no peito, geralmente após as refeições e pode piorar à noite.
- Regurgitação: retorno de alimentos ou líquidos ácidos para a boca.
- Disfagia: dificuldade para engolir.
- Dor no peito: pode ser confundida com dor cardíaca.
- Sensação de nódulo na garganta: sensação persistente de algo preso na garganta.
- Pigarro com necessidade de limpar a garganta repetidamente.
- Tosse crônica: irritação da garganta devido ao ácido estomacal.
- Rouquidão, especialmente ao acordar.
- Erosão dentária devido à exposição ao ácido estomacal.
Os sintomas de refluxo ácido podem variar em intensidade e frequência.
O que pode agravar o refluxo ácido?
- Dieta: Alimentos gordurosos, picantes, cítricos, chocolate, cafeína e álcool.
- Obesidade, pois aumenta a pressão abdominal, promovendo o refluxo.
- Gravidez: o aumento da pressão no abdômen pode causar refluxo.
- Tabagismo: reduz a eficiência do esfíncter esofágico inferior.
- Hérnia de hiato: condição em que parte do estômago se projeta para o tórax.
- Medicamentos: alguns medicamentos podem relaxar o esfíncter esofágico inferior ou irritar o esôfago.
- Estresse: pode aumentar a produção de ácido estomacal.
Refluxo pode causar câncer?
O que muitas pessoas não sabem é que quando o refluxo não é tratado, ele pode evoluir para doenças mais graves, como o câncer, esofagites, entre outros.
De acordo com a Dra. Renata D’Alpino, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, isso pode ocorrer porque a ácido gástrico, quando entra em contato com o esôfago, colabora com a inflamação e favorece mutações.
“O refluxo crônico pode ter como consequência o esôfago de Barret. Essa condição tende a causar modificações nas células, podendo aumentar em mais de 20 vezes o desenvolvimento de neoplasia”, explica.
De acordo com a oncologista, é fundamental uma investigação caso o paciente apresente refluxo.
“Ele poderá realizar exames como endoscopia, que analisam a condição e possíveis complicações provenientes”.
Apesar de ser mais comum acima dos 55 anos, o câncer gástrico não é raro e também pode acontecer em pessoas mais jovens.
Como aliviar o refluxo
Segundo a Renata D’Alpino, a condição não possui uma causa específica que gera a doença, mas é necessário ficar de olho nos fatores de risco.
“Dietas gordurosas, café, obesidade, tabagismo, medicamentos e estresse e cansaço podem colaborar para o surgimento do refluxo. No entanto, cada caso deve ser analisado individualmente para o melhor tratamento”, esclarece.
Há casos em que paciente necessita de medicamentos, como os antiácidos e inibidores da bomba de prótons, que neutralizam ou bloqueiam a produção de ácido estomacal.
Adotar alguns cuidados simples também ajudam a aliviar o desconforto: “Hábitos como manter a cabeça um pouco mais elevada na hora de dormir, fazer refeições menores, evitar alimentos ácidos e esperar três horas entre as refeições e ir para a cama são medidas importantes”, finaliza a oncologista.