Abuso de álcool aumenta o risco de câncer, alerta estudo
De acordo com estudo, não é possível determinar nível seguro para o consumo de álcool
Um estudo publicado no periódico The Lancet apontou que o álcool provoca 2,8 milhões de mortes anuais em todo mundo, sendo quase 100 mil no Brasil. A pesquisa, que analisou 1.286 estudos e dados de 195 países, concluiu que o abuso da bebida pode aumentar consideravelmente o risco de câncer e que não há um nível seguro para seu consumo.
“Estudos prévios encontraram um efeito protetor do álcool sob algumas condições, mas descobrimos que os riscos combinados à saúde associados ao álcool aumentam com qualquer quantidade”, alertou Max Griswold, um dos autores do estudo.
Segundo os cálculos feitos pelos cientistas, se uma pessoa consumir por um ano diariamente apenas uma dose de álcool (o equivalente a uma taça de vinho tinto, uma lata de cerveja ou uma dose de uísque) terá 0,5% de chance a mais de ter um dos 23 problemas de saúde relacionados ao álcool se comparada aos abstêmios.
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“Embora os riscos para a saúde associados ao álcool sejam pequenos, com uma dose por dia, eles aumentam rapidamente à medida em que as pessoas bebem mais”, acrescentou Griswold.
Em pessoas que tomam dois drinques por dia, por exemplo, as chances de doenças são 7% maiores. Já se o consumo for de cinco drinques por dia, o risco é 37% maior, de acordo com o relatório.
Além do câncer, os cientistas citam como consequência desse abuso doenças cardiovasculares, infecções respiratórias, cirrose e diabetes, bem como violência interpessoal, acidentes de trânsito, afogamentos e outros ferimentos não intencionais.
O consumo do álcool no mundo
O estudo mostrou que 32,5% da população global, equivalente a 2,4 bilhões de pessoas, consome álcool, incluindo 25% das mulheres e 39% dos homens. As mulheres bebem uma média de 0,73 bebidas alcoólicas por dia, enquanto os homens bebiam 1,7 bebidas.
Em 2016, o consumo de álcool foi o sétimo fator de risco de morte prematura e doença em todo o mundo e contribuiu para 2,2% das mortes de mulheres e 6,8% de mortes em homens.
De acordo com o relatório, esses resultados sugerem que as políticas de controle do álcool precisam ser revisadas em todo o mundo, a fim de reduzir o consumo geral da população. Entre as medidas, os pesquisadores citam controle de publicidade e do horário de venda.