Açúcar do leite materno influencia no cérebro do bebê

Descoberta de pesquisadores de Yale revela como um componente do leite materno impacta as conexões neurais no cérebro do bebê

Pesquisadores da Universidade de Yale descobriram que um componente do leite materno é responsável pelas conexões neurais no cérebro do bebê, reforçando a importância da amamentação para a saúde infantil desde a antiguidade.

Açúcar do leite materno influencia no cérebro do bebê
Créditos: iSTock
Açúcar do leite materno influencia no cérebro do bebê

Leite materno é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do bebê

Cientistas descobriram que a molécula cíclica de açúcar, mio-inositol, presente no leite materno, também é encontrada em frutas e grãos na fase adulta, destacando a importância da alimentação no desenvolvimento cerebral infantil, segundo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

“Como neurocientista, fiquei impressionado com nossas descobertas, pois os efeitos dos micronutrientes no cérebro são subestimados”, explica Thomas Biederer, autor principal do artigo e professor associado de Neurologia em Yale.

Os cientistas notaram que o mio-inositol estava presente em todas as amostras de leite materno coletadas em Cincinnati, Cidade do México e Xangai durante uma pesquisa sobre lactação. Observou-se que a molécula iniciava em alta concentração no início da amamentação e diminuía gradualmente ao longo do tempo, mantendo esse padrão nas amostras dos três locais.

Os cientistas analisaram os efeitos do mio-inositol no cérebro em desenvolvimento, utilizando técnicas como o cultivo de neurônios humanos e tecido cerebral. Concluíram que essa molécula de açúcar aumentou a abundância das sinapses nos neurônios e promoveu uma melhor conectividade neuronal.

Até agora, os estudos anteriores reconheciam a importância do leite materno, mas não entendiam como ele interagia com o organismo do bebê. No entanto, essa nova descoberta promete impulsionar avanços na pesquisa nesse campo.

“O leite materno é rico em compostos bioativos que estamos apenas começando a entender. O cérebro infantil está usando esses compostos para apoiar seus processos de desenvolvimento”, diz o autor.