O alerta no corpo que pode prever demência até 9 anos antes
A mudança física que pode prever demência antes do diagnóstico formal; saiba como identificar os sinais
A demência é uma doença progressiva que afeta a memória, a cognição e as habilidades diárias. A condição costuma se desenvolver lentamente, mas os sinais podem surgir bem antes de um diagnóstico formal.
Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, analisando dados de mais de 30 mil pessoas nos EUA e no Reino Unido ao longo de 20 anos, descobriram que a fragilidade física pode ser um dos primeiros sinais de que uma pessoa está em risco de desenvolver demência.
Relação entre fragilidade e demência
Durante o estudo, ficou claro que a fragilidade pode aparecer ou aumentar nos nove anos que antecedem o diagnóstico de demência. Esse fator pode servir como um alerta com até nove anos de antecedência.
O Dr. David Ward, um dos autores do estudo, sugere que, à medida que mais problemas de saúde se acumulam, o risco de desenvolver demência aumenta.
“Nossas descobertas mostram que a cada quatro ou cinco problemas de saúde adicionais, há, em média, um risco 40% maior de desenvolver demência, enquanto para pessoas mais saudáveis o risco é menor”, explicou ao Royal Australian College of General Practitioners (RACGP).
O que é a fragilidade e como ela pode afetar a saúde?
A fragilidade é uma condição associada ao envelhecimento que reflete a redução da capacidade do corpo de lidar com desafios físicos, emocionais ou sociais, o que dificulta, por exemplo, a recuperação de doenças ou lesões.
A fraqueza pode se manifestar de várias maneiras, como caminhar lentamente, sentir-se exausto facilmente ou ter dificuldades em atividades diárias simples, como subir escadas ou levantar de uma cadeira. Pessoas frágeis estão mais suscetíveis a quedas, hospitalizações e piora da saúde em geral.
Embora o estudo não tenha comprovado definitivamente que a fragilidade seja um sintoma direto da demência, ele sugere que ela pode ser um fator de risco relevante, contribuindo para o início da doença.
“Esses [dados] sugerem que a fragilidade não é meramente uma consequência da demência não detectada, mas contribui para seu início. Ao compreender a conexão entre a fragilidade do envelhecimento e a demência, podemos usar estratégias de intervenção direcionadas para reduzir o risco e melhorar a qualidade de vida”, disse Dr. Ward.
Como prevenir?
Para prevenir ou reduzir a fragilidade, é recomendado:
- Praticar exercícios aeróbicos, como caminhada, natação ou corrida;
- Fazer musculação para aumentar a massa muscular e óssea;
- Ter uma dieta saudável para prevenir doenças que contribuem para a fragilidade;
- Tomar suplementos, sob orientação médica, para amenizar a perda de massa magra;
- Reduzir o estresse, ficar socialmente ativo e buscar apoio emocional são formas de evitar o impacto psicológico que pode contribuir para a fragilidade;
- Pequenas mudanças no dia a dia, como subir escadas ou realizar tarefas domésticas, podem ser grandes aliados na prevenção.
Além disso, exames médicos regulares ajudam a identificar e tratar precocemente problemas que possam levar à fragilidade, como osteoporose ou anemia.
Quanto mais cedo forem identificados os sinais de fragilidade, mais eficazes podem ser as intervenções para reduzir os riscos associados à demência.