Alimentos que aumentam o risco de morte prematura

Estudo indica que alimentação rica em ultraprocessados afeta negativamente a expectativa de vida

02/11/2024 17:02

Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados, como refrigerantes e carnes industrializadas, pode reduzir a expectativa de vida em até 10%, conforme revela uma pesquisa recente.

O estudo, que acompanhou mais de meio milhão de participantes por cerca de três décadas, constatou que o consumo elevado desses alimentos está fortemente ligado a um aumento na mortalidade precoce, especialmente relacionada a doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Entre homens e mulheres, esse risco aumentou em 15% e 14%, respectivamente, após ajuste de variáveis.

Alimentos que aumentam o risco de morte prematura
Alimentos que aumentam o risco de morte prematura - iSTock/dropStock

Principais alimentos de risco

O estudo apontou os refrigerantes, tanto açucarados quanto dietéticos, como grandes vilões na dieta das pessoas, destacando-os como os principais contribuintes entre os alimentos ultraprocessados.

De acordo com a pesquisadora Erikka Loftfield, líder do estudo, essas bebidas lideram o consumo devido ao seu alto teor de açúcares e adoçantes artificiais.

Outro grupo perigoso inclui as carnes processadas, como bacon, presunto, salsichas e embutidos, que, além de ingredientes comuns, possuem conservantes e aditivos pouco usados em casa, como emulsificantes e corantes.

O consumo frequente dessas carnes tem sido associado a doenças crônicas e ao aumento do risco de mortalidade prematura, reforçando alertas de pesquisas anteriores sobre os riscos de produtos altamente industrializados.

Ultraprocessados, como refrigerantes e carnes industrializadas, estão associados a sérios riscos de saúde
Ultraprocessados, como refrigerantes e carnes industrializadas, estão associados a sérios riscos de saúde - iSTock/monkeybusinessimages

Bebidas Diet: realmente mais saudáveis?

Embora muitos considerem as versões dietéticas das bebidas uma alternativa “mais saudável”, os especialistas alertam que essas bebidas também são ultraprocessadas devido aos aditivos e adoçantes artificiais que contêm.

Estudos indicam que o consumo regular de refrigerantes dietéticos está relacionado a um aumento no risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e até problemas neurológicos, como demência.

Esse alerta é importante para conscientizar sobre a necessidade de moderar o consumo dessas bebidas e buscar alternativas menos prejudiciais. Produtos diet podem até parecer escolhas melhores, mas também apresentam riscos que precisam ser levados em consideração.

Estudo mostra impacto negativo dos ultraprocessados na expectativa de vida e na qualidade de vida
Estudo mostra impacto negativo dos ultraprocessados na expectativa de vida e na qualidade de vida - iSTock/dropStock

Como minimizar os riscos?

A melhor forma de reduzir os riscos associados aos ultraprocessados é priorizar uma alimentação baseada em produtos naturais e minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas frescas.

Essa mudança não apenas contribui para uma expectativa de vida mais longa, mas também reduz a probabilidade de desenvolver doenças crônicas associadas à alimentação.

Para aqueles que ainda optam por ultraprocessados, uma alternativa é observar cuidadosamente os rótulos e escolher opções com menos sódio, açúcar e gorduras adicionadas.

Especialistas como Loftfield destacam que, mesmo em uma dieta que inclua alguns ultraprocessados, é possível fazer escolhas mais saudáveis ao comparar as informações nutricionais.

Aumento no consumo de ultraprocessados

Apesar das advertências, o consumo de alimentos ultraprocessados tem crescido ao longo dos anos, e os dados do estudo, coletados há quase três décadas, podem até subestimar o consumo atual.

Estima-se que, hoje, mais de 60% das calorias diárias de um americano típico provenham de produtos ultraprocessados, uma tendência que pode elevar ainda mais os riscos à saúde pública.

Estudos anteriores já haviam mostrado que o consumo de lanches industrializados e sobremesas processadas praticamente dobrou desde os anos 1990.

Diante desse cenário, as consequências de uma dieta rica em ultraprocessados são ainda mais preocupantes, tornando urgente a conscientização sobre os impactos negativos desses alimentos na saúde e a promoção de uma alimentação mais equilibrada e nutritiva.