Comer estes dois alimentos regularmente beneficia a saúde do coração, alerta estudo

Estudo reforça a importância de incluir leguminosas na dieta, não apenas pelo seu valor nutricional, mas também pelo potencial preventivo de doenças

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
11/06/2025 16:45 / Atualizado em 22/06/2025 23:48

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Peera_Sathawirawong/Peera_Sathawirawong - iStock/Peera_Sathawirawong

Um novo estudo apresentado recentemente em um dos principais congressos de nutrição dos Estados Unidos reforça o papel de alimentos acessíveis e populares como o feijão e o grão-de-bico na promoção da saúde cardiovascular e metabólica, especialmente entre pessoas com pré-diabetes.

A pesquisa, conduzida por cientistas do Instituto de Tecnologia de Illinois, foi divulgada durante o encontro anual da Sociedade Americana de Nutrição, realizado entre os dias 31 de maio e 3 de junho em Orlando, na Flórida.

O trabalho analisou os efeitos do consumo diário de uma xícara desses grãos em 72 adultos com pré-diabetes, durante um período de 12 semanas.

Os resultados foram animadores: o grão-de-bico esteve associado a uma redução significativa nos níveis de colesterol total, enquanto o feijão-preto demonstrou impacto positivo na diminuição de marcadores inflamatórios.

Ambos os efeitos são considerados protetores contra o avanço de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. “Pessoas com pré-diabetes tendem a apresentar alterações no metabolismo lipídico e processos inflamatórios persistentes, fatores que elevam o risco de complicações crônicas”, explicou Morganne Smith, doutoranda responsável pelo estudo, em comunicado.

Como o estudo foi realizado?

Os participantes foram divididos aleatoriamente em três grupos, que consumiram feijão-preto, grão-de-bico ou arroz branco (este último servindo como grupo controle).

Amostras de sangue foram coletadas no início, na metade e no fim do experimento, permitindo a avaliação de colesterol, glicemia e inflamação. Os testes de tolerância à glicose também ajudaram a monitorar possíveis variações no controle do açúcar no sangue — que, neste caso, permaneceram estáveis em todos os grupos.

Entre os principais achados, destaca-se a redução no colesterol total entre os que consumiram grão-de-bico: de uma média inicial de 200,4 mg/dL para 185,8 mg/dL ao final do período.

Já os que consumiram feijão-preto apresentaram uma queda nos níveis de interleucina-6, substância associada à inflamação crônica, de 2,57 pg/mL para 1,88 pg/mL. Apesar das melhorias no perfil lipídico e inflamatório, o estudo não encontrou mudanças significativas na glicemia.

Cientistas reforçam a importância de incluir leguminosas na dieta, não apenas pelo seu valor nutricional, mas também pelo potencial preventivo diante de condições de risco, como o pré-diabetes – victoriya89/iStock
Cientistas reforçam a importância de incluir leguminosas na dieta, não apenas pelo seu valor nutricional, mas também pelo potencial preventivo diante de condições de risco, como o pré-diabetes – victoriya89/iStock - victoriya89/istock

Agora, os pesquisadores pretendem avançar para uma nova fase do projeto, voltada a investigar como o consumo dessas leguminosas afeta a composição do microbioma intestinal — área cada vez mais valorizada por seu impacto direto na saúde metabólica e imunológica.

Com base nos resultados, os cientistas reforçam a importância de incluir leguminosas na dieta, não apenas pelo seu valor nutricional, mas também pelo potencial preventivo diante de condições de risco, como o pré-diabetes. A pesquisa acrescenta mais uma camada de evidência ao papel que a alimentação simples e baseada em plantas pode desempenhar na promoção da saúde pública.


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