Ansiedade: como ajudar alguém com crise ?

Ansiedade é definida por sintomas como taquicardia, tremor, sudorese, falta de ar, adormecimento de partes do corpo, enjoo, etc

Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) – iStock/Getty Images
Créditos: triocean/istock
Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) – iStock/Getty Images

Como a ansiedade desperta um gatilho bastante intenso em nosso corpo, é comum que esses sintomas acarretem grande aflição. Não por acaso, para quem tem crises de ansiedade, um simples pensamento pode desencadear uma cadeia de acontecimentos tempestuosos.

Isso porque, sob a perspectiva da evolução humana, possuímos um sistema que chamamos de “luta ou fuga”. Assim, diante de algum perigo, sempre que sistema de luta ou de fuga fosse acionado em crises de ansiedade, lutávamos ou fugíamos.

Porém, durante quadros intensos de crise de ansiedade, a pessoa não está vivenciando uma situação que ela precise lutar ou fugir, quando, por exemplo, temos um risco real de vida, como em um assalto. E nessas condições que surgem sintomas como taquicardia, tremor, sudorese, falta de ar, adormecimento de partes do corpo, enjoo, etc.

Quando essas reações chegam com uma intensidade grande e juntas, a pessoa sente como se estivesse perdendo controle de seu corpo, achando às vezes que pode desmaiar ou até morrer.

Por isso, confira algumas dicas:

Acolha com empatia

Primeiramente, é importante acolher esses sentimentos, pois realmente em uma crise de ansiedade o sofrimento com os sintomas fisiológicos é muito grande. Evite frases como: “Isso é frescura”, “Você está fazendo isso para chamar a atenção.”, “Você está exagerando” e as substitua por “Estou aqui com você”, “Você não vai morrer”, “Você pode contar comigo”, “Você vai superar essa crise”.

Leve a pessoa a um local tranquilo

Uma das coisas que podem ser feitas e ajudam muito, é levar a pessoa para um lugar mais tranquilo, arejado, se possível, pode ser um local como um parque, muitas pesquisas evidenciam que o contato com a natureza auxilia na melhora do humor e redução da ansiedade. Caso isso não for possível, você pode auxiliar a pessoa a imaginar um local que ela se sinta em paz, como uma praia, falando para imaginar o vento batendo no rosto, o barulho das ondas do mar, detalhando a cena o máximo possível. Essa estratégia é ótima para acalmar o ritmo da respiração e a reduzir a ansiedade.

Proponha exercícios respiratórios

Quando estamos ansiosos, nosso fluxo respiratório se altera, fazendo-nos ficar ofegantes, com palpitações e termos a sensação de falta de ar. Nesta hora, você pode – com a ajuda de um relógio – cronometrar o intervalo das respirações. É importante neste momento inalar e exalar o ar mais lenta e profundamente, você pode explicar para a pessoa que ela pode puxar o ar contando até 5, segurando 3 segundos e soltando todo o ar dos pulmões bem devagar, se quiser pode acompanhá-la nas respirações.

Tire o foco dos sintomas

Outra dica é observar e ajudar a pessoa a tirar o foco daqueles sintomas desconfortáveis, você pode convidá-la para olhar e perceber ao seu redor alguns objetos, se vocês estiverem na rua você pode pedir para ela contar a quantidade de carros estacionados, ou pode pedir para nomear as cores que está vendo.

O objetivo desta técnica é distrair a pessoa que está com seu sistema de “luta ou fuga” acionado, pois um dos principais motivos de uma crise de ansiedade se intensificar é a pessoa focar nessas reações corporais, e assim, você vai ajudar ela a se distrair, diminuindo esse pico intenso de ansiedade.

É importante uma avaliação médica, pois os sintomas são muito similares com ataque cardíaco. Se sua saúde física estiver OK, procure a avaliação profissional de um psicólogo que trabalhe com a terapia cognitivo-comportamental, considerada tratamento de referência para manejo de ansiedade.