Anvisa aprova nova tecnologia avançada para tratamento de câncer

Terapia gênica é indicada para pacientes com mieloma múltiplo, que atinge as células da medula óssea

01/04/2022 16:06

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta sexta-feira, 1º, o registro de um novo produto de terapia gênica CAR-T Cell para tratamento do câncer. Trata-se do Carvykti, um medicamento da farmacêutica Janssen-Cilag.

O tratamento é destinado para pacientes com mieloma múltiplo que não responderam ao tratamento com as três terapias anteriores indicadas para esse tipo de câncer.

DNA strand and Cancer Cell Oncology Research Concept 3D rendering
DNA strand and Cancer Cell Oncology Research Concept 3D rendering - CIPhotos/istock

O mieloma múltiplo é um câncer raro das células plasmáticas, um tipo de glóbulo branco que produz anticorpos e é encontrado na medula óssea.

A doença é caracterizada pela proliferação fora de controle dessas células, resultando em células plasmáticas anormais e imaturas na medula óssea.

Quando essas células se tornam malignas (câncer), elas não protegem mais o corpo de infecções e produzem proteínas anormais que podem causar problemas que afetam os rins, os ossos ou o sistema sanguíneo.

Terapia personalizada

O novo medicamento trata o câncer de maneira personalizada.

As células T do paciente são coletadas no serviço de saúde especializado e enviadas para um centro de fabricação certificado, onde são geneticamente modificadas. Isso serve para incluir um novo gene que contém uma proteína específica que direciona essas células T para atingir e matar células do câncer.

Isso leva à remoção de células que expressam BCMA, eliminando assim as células cancerígenas.

De acordo com a Anvisa, a segurança e a eficácia do produto foram avaliadas por meio de ensaio clínico multicêntrico com 97 pacientes com mieloma múltiplo que receberam pelo menos três linhas de terapia anteriores e que tiveram progressão da doença durante ou após o último regime de quimioterapia.

O resultado do estudo mostrou que 97,9% dos pacientes responderam positivamente ao tratamento, atendendo os parâmetros que medem a ausência de células cancerígenas e que apontaram situação clínica estável.