Anvisa recomenda 3ª dose da CoronaVac para alguns grupos
Com o avanço da variante Delta, Agência sugere que a terceira dose seja aplicada em grupos mais sensíveis
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao Ministério da Saúde avaliar a possibilidade de dar da terceira dose da CoronaVac a grupos específicos, como os imunocromprometidos e os idosos, especialmente acima dos 80 anos.
De acordo com a Anvisa, o Instituto Butantan, responsável pela produção da vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ainda não solicitou a análise. A recomendação seria uma antecipação da agência frente ao avanço da variante Delta, que é mais transmissível.
“Tendo em vista o atual cenário da pandemia no Brasil, a Anvisa decidiu recomendar ao PNI [Programa Nacional de Imunização] que considere a possibilidade de indicar uma dose de reforço, em caráter experimental, para grupos que receberam duas doses da CoronaVac, priorizando públicos-alvo como pacientes imunocomprometidos ou idosos”, publicou a Agência.
Os especialistas do órgão reafirmaram que a CoronaVac é eficaz e segura. “Importante lembrar que a vacina Coronavac tem um bom desempenho no Brasil, mas, inicialmente, não foi estudada em idosos e em pessoas gravemente imunocomprometidas, como, por exemplo, nos pacientes transplantados, pessoas que estão fazendo quimioterapia ou que estão tomando medicamentos imunossupressores”, explicou a diretora da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas.
A Agência, no entanto, alertou que antes de avançar nos debates sobre doses adicionais, é preciso ampliar a cobertura vacinal a todos os cidadãos. “É prioritário que essa cobertura seja integral, com a aplicação de duas doses ou dose única, conforme a vacina”, reforçou o comunicado.
Até o momento, a Anvisa já aprovou três pedidos formais para realização de estudos clínicos com doses extras das vacinas. Um dos estudos é da Pfizer/Biontech e outros dois são da AstraZeneca.
A CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, recebeu autorização temporária de uso emergencial da Anvisa no dia 17/1. A aprovação de vacinas sob essa condição permanece enquanto perdurar a situação de emergência em saúde pública provocada pela pandemia de Covid-19 no Brasil.