Anvisa recomenda barrar voos de 6 países por causa de variante
Medida que depende da aprovação do governo visa impedir que nova cepa com 50 mutações entre no país
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou uma nota técnica à Casa Civil orientando o governo a suspender a entrada em território brasileiro de voos vindos da África. A medida publicada nesta sexta-feira, 26, é por conta dos temores de uma nova variante do coronavírus recém-descoberta no continente.
A nota técnica recomenda medidas restritivas de caráter temporário em relação aos voos e viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, países onde a variante já foi detectada.
Além disso, a Anvisa pede a imposição de quarentena, logo após o desembarque no Brasil, para viajantes brasileiros e seus acompanhantes legais com origem ou histórico de passagem por esse locais nos últimos 14 dias que antecedem a entrada no país.
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A efetivação das medidas, no entanto, depende de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Até que as medidas restritivas sugeridas nesta nota técnica sejam implementadas, a agência recomenda que seja reforçado o monitoramento, por parte das autoridades de saúde, de viajantes procedentes dos países citados”, diz a Anvisa.
O órgão ainda destaca que mantém a recomendação para evitar viagens não essenciais, em especial aos locais onde a variante já foi detectada.
Preocupação global
Medida semelhante já está sendo tomada por outros países que temem o o impacto epidemiológico da nova cepa. O Reino Unido suspendeu temporariamente voos comerciais a países do sul do continente africano e decidiu que viajantes britânicos ou que moram atualmente no Reino Unido e que estejam voltando dos locais afetados terão de fazer quarentena de 14 dias.
Israel, Itália e Alemanha também decidiram barrar a entrada de viajantes que passaram por esses locais.
Denominada inicialmente B.1.1.529, a nova variante descoberta por cientistas sul-africanos possui o maior número de mutações já visto. São 50 no total.
Embora não se saiba ainda se ela é mais transmissível que as demais cepas, acredita-se que ela esteja ligada ao aumento contínuo de infecções por SARS-CoV-2 na África, onde a cobertura vacinal ainda encontra-se baixa.