Ar-condicionado influencia na produtividade nos escritórios

O fato de as mulheres geralmente preferirem temperaturas mais altas do que os homens é justificado pelas evidências científicas

29/05/2019 12:15

Temperatura do ar-condicionado não é só questão de conforto térmico
Temperatura do ar-condicionado não é só questão de conforto térmico - Valeriy_G/istock

A norma NR17 do Ministério do Trabalho brasileiro determina que a temperatura em ambientes como escritórios fique entre 20°C e 23°C, mas nem sempre é o que acontece em ambientes compartilhados de trabalho. A briga pelo controle do ar-condicionado costuma ser diária e – nesse cabo de guerra – na maioria das vezes, quem sofre mais são as mulheres.

O problema vai além do conforto térmico. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia e do Centro de Ciências Sociais de Berlim WZB, as temperaturas baixas podem afetar a produtividade das mulheres.

O estudo foi feito com 500 estudantes e analisou as diferenças do efeito da temperatura no desempenho cognitivo por gênero. O experimento descobriu que os efeitos variam significativamente entre homens e mulheres.

As mulheres apresentaram um desempenho significativamente melhor em tarefas matemáticas e verbais quando a temperatura estava mais alta. Nas mesmas condições, não foi verificada uma redução significativa de produtividade dos homens.

Estudo observa que as mulheres são prejudicadas em temperaturas mais baixas
Estudo observa que as mulheres são prejudicadas em temperaturas mais baixas - Kwangmoozaa/istcok

Isso significa que a relação entre temperatura e rendimento é mais significativa entre as pessoas do sexo feminino do que as do sexo masculino.

Com isso, os pesquisadores sugerem que os locais de trabalho mistos de gênero poderiam aumentar a produtividade dos funcionários, definindo uma temperatura mais alta no ar-condicionado que os padrões atuais recomendados.

“Os gestores deveriam começar a prestar mais atenção à temperatura do escritório. Devem escutar o que dizem seus funcionários e levá-los a sério, já que isso tem um efeito significativo na produtividade”, afirma Agne Kajackaite, uma das autoras do estudo.