O álcool pode ser uma parte importante da forma como muitas pessoas se socializam e celebram, mas pode ter um impacto negativo em nossa saúde de diversas maneiras.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 400 milhões de pessoas, ou 7% da população mundial com 15 anos ou mais, viviam com transtornos por uso de álcool.

Destes, 209 milhões de pessoas (3,7% da população mundial adulta) viviam com dependência de álcool.

O consumo, mesmo em níveis baixos, pode trazer riscos à saúde, mas a maioria dos danos relacionados ao álcool advém do consumo excessivo e episódico ou contínuo de álcool. 

Embora alguns dos perigos associados ao consumo excessivo de álcool sejam óbvios, existem outras formas mais silenciosas de como o álcool pode afetar a saúde.

Maneiras que o álcool prejudica a saúde

• Queda na imunidade

Um estudo publicado na revista Alcohol Research: Current Reviews destaca os efeitos do álcool sobre o sistema imunológico.

O artigo examina como o consumo de álcool, tanto agudo quanto crônico, pode levar a um aumento da suscetibilidade a infecções e uma recuperação mais lenta de doenças.

Outro estudo revisa como o álcool altera a função imunológica e aumenta o risco de infecções hepáticas, respiratórias e gastrointestinais. A análise foi publicada no Journal of Clinical and Translational Hepatology.

• Alterações no ciclo menstrual

Mais pesquisas descobriram que o etanol no álcool pode interromper como a glândula pituitária, que produz hormônios, interage com o hipotálamo, a região do cérebro responsável pela regulação emocional, e os ovários. Essas interações são coletivamente chamadas de ‘eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HPG).

O consumo de álcool pode interromper a secreção do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH), ambos os quais são parte do eixo HPG.

Isso pode impactar a maturação dos folículos ovarianos e como a ovulação ocorre. Tudo isso resulta em mudanças hormonais e fisiológicas que podem causar irregularidades nos ciclos menstruais.

• Problemas de fertilidade

O excesso de álcool reduz a produção de testosterona nos homens. Além disso, interrompe outros hormônios, o que, por sua vez, prejudica a quantidade e a qualidade do esperma.

Nas mulheres, o álcool interrompe a ovulação e a implantação do óvulo fertilizado.

Um estudo recente da Universidade de Louisville mostrou que mesmo uma ingestão moderada de álcool de apenas três a seis doses por semana reduziu a chance de engravidar em 44%.

Existe alguma quantidade de álcool que seja segura para o consumo?

A Organização Mundial e Saúde (OMS) tem uma posição clara sobre o álcool e afirma que não existe um nível que seja absolutamente seguro para o consumo.

Mesmo o uso leve ou moderado está associado à incidência de câncer, já que a substância é considerada carcinógena desde 2012 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc). 

Claro que há formas de consumo que oferecem menos risco, mas a OMS não estabelece limites específicos, porque a evidência mostra que o ideal para a saúde é não consumir nenhuma quantidade de álcool.