Aspirina aumenta risco de insuficiência cardíaca em 26%; entenda

Novo estudo engrossa achados anteriores sobre os riscos do consumo diário

O uso diário de aspirina com a finalidade de evitar complicações em pacientes com risco de insuficiência cardíaca não só não ajuda na prevenção, como aumenta em 26% a chances deles terem o problema. É o que concluiu o maior estudo sobre o tema, realizado por médicos da Universidade de Leuven, na Bélgica, e publicado na revista da Sociedade Europeia de Cardiologia.

O trabalho acompanhou por 5 anos uma população de risco formada por 30 mil pessoas, com média de idade de 67 anos, que consumiam aspirina diariamente como forma de prevenção.

Novo estudo aponta para os riscos de consumir aspirina diariamente 
Créditos: Knaupe/istock
Novo estudo aponta para os riscos de consumir aspirina diariamente 

De acordo com os pesquisadores, o uso de aspirina foi associado com um risco aumentado de insuficiência cardíaca em pacientes com ou sem histórico prévio de doença cardiovascular.

“Na ausência de evidências conclusivas em ensaios clínicos, nossas observações sugerem que a aspirina deva ser prescrita com cautela a pacientes sob risco de insuficiência cardíaca ou que já apresentem esse quadro”, escreveram os cientistas em artigo no periódico ESC Heart Failure.

 Estudo é o maior realizado até agora sobre a aspirina como prevenção para cardíacos
Créditos: spxChrome/istock
 Estudo é o maior realizado até agora sobre a aspirina como prevenção para cardíacos

Uso desaconselhado

Este não é o primeiro estudo que levanta dúvidas sobre o uso preventivo da aspirina para cardíacos, mas o volume de dados confere força ao trabalho.

Em outubro, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos, uma organização importante dos EUA, já tinha alertado que riscos de tomar o medicamento diariamente superavam os benefícios para certos grupos.

A entidade aconselhava os adultos com 60 anos ou mais a não começarem a tomar aspirina para proteger seus corações, a menos que essas pessoas tenham histórico de AVC ou ataque cardíaco. Nesses casos, a recomendação seria utilizar com o aval do médico.