Como uma bactéria da boca pode ajudar a combater este câncer

Entenda como uma bactéria pode revolucionar o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, segundo um estudo do King's College London

Na Inglaterra, pesquisadores do King’s College London fizeram uma descoberta promissora envolvendo bactérias bucais do gênero Fusobacterium.

Normalmente encontradas na cavidade oral, essas bactérias demonstraram a capacidade de “derreter” células cancerígenas em experimentos de laboratório, apontando para um potencial uso no tratamento do câncer de cabeça e pescoço.

Como as bactérias bucais podem auxiliar no tratamento do câncer?
Créditos: iStock/nzfhatipoglu
Como as bactérias bucais podem auxiliar no tratamento do câncer?

Como a bactéria ajuda no combate ao câncer de cabeça e pescoço?

Embora a descoberta seja promissora, os cientistas ainda não compreendem completamente os mecanismos pelos quais Fusobacterium combate as células tumorais.

Até o momento, sabe-se que a bactéria libera moléculas tóxicas que podem destruir as células cancerígenas.

No entanto, mais estudos são necessários para entender como essa ação ocorre em um organismo vivo e se pode ser transformada em uma terapia eficaz para pacientes.

Pacientes com mais bactérias têm melhor prognóstico?

Um aspecto interessante revelado pelo estudo, publicado na revista Cancer Communications, é que pacientes com níveis mais elevados de Fusobacterium na boca tendem a responder melhor ao tratamento oncológico.

Essa observação sugere que a presença dessas bactérias pode funcionar como um biomarcador, ajudando a prever a eficácia do tratamento.

Porém, essa correlação precisa de uma investigação mais detalhada para confirmar a sua validade e aplicação clínica.

Quais são os próximos passos?

Embora os resultados de laboratório sejam positivos, os cientistas precisam realizar mais pesquisas antes de usar Fusobacterium como tratamento para o câncer.

Serão necessários ensaios clínicos para confirmar se os efeitos observados em culturas celulares se replicam em pacientes vivos.

Além disso, é crucial investigar qualquer possível efeito adverso, já que a bactéria também está associado à progressão do câncer de intestino.