Cientistas descobrem bactéria gigante visível a olho nu
Organismo unicelular é tão grande que pode ser pego com uma pinça, segundo autores do estudo
Uma equipe de cientistas descobriu uma espécie macroscópica de bactéria que vive nas águas de Guadalupe, no Caribe. A espécie recém-descoberta é chamada Thiomargarita magnifica, e é tão grande que suas células únicas são visíveis a olho nu, de acordo com um estudo publicado na revista Science.
Segundo os pesquisadores, as células da maioria das espécies bacterianas têm cerca de 2 micrômetros de comprimento, com alguns dos maiores atingindo 750 micrômetros. Porém, a Thiomargarita magnifica tem um comprimento celular médio superior a 9000 micrômetros. Ela 5.000 vezes maior que outros organismos do gênero e pode ser pega com uma pinça.
Além disso, a T. magnifica mostra sinais de maior complexidade em bactérias. Em vez de seu DNA apenas flutuar na célula, sua informação genética está escondida dentro de estruturas ligadas à membrana, como a dos seres humanos.
- Estudo alerta que bactéria comum pode aumentar o risco de uma pessoa ter Alzheimer
- Por que a saúde da boca pode indicar diabetes?
- Cientistas desvendam enigma ao descobrirem o que determina a gravidade do autismo
- Cientistas descobrem bactérias intestinais distintas em crianças com autismo
5 mil vezes maior
“A bactéria que descobrimos tem aproximadamente a forma e o tamanho de um cílio e, no entanto, é uma única célula bacteriana”, disse o principal autor do estudo, Jean-Marie Volland, biólogo marinho do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e do Laboratório de Pesquisa em Sistemas Complexos da Califórnia, em entrevista coletiva.
“Essas bactérias são cerca de 5.000 vezes maiores que a maioria das bactérias”, acrescentou Volland. “Para colocar as coisas em perspectiva, é o equivalente para nós, humanos, encontrarmos outro humano que seria tão alto quanto o Monte Everest.”
Os pesquisadores conseguiram conseguir uma imagem da bactéria, graças à “análise de microscopia em três dimensões” e com a maior ampliação possível.
A equipe de pesquisa sequenciou e analisou o genoma de T. magnifica e revelou como a bactéria se reproduz: uma extremidade da bactéria alongada se contrai, dividindo a célula de T. magnifica em duas.
A análise genômica mostrou que a bactéria tem um genoma extenso – cerca de 12 milhões de pares de bases , cerca de duas vezes o comprimento de alguns genomas bacterianos relacionados.