Bebê tem queimaduras de 3º grau após reação alérgica a remédio

Depois de alguns diagnósticos errados, menina está na UTI e já precisou passar por várias raspagens

A pequena Helena, de 1 ano de idade, teve 72% do corpo tomado por queimaduras de 3ª grau causadas por uma reação alérgica a um remédio anticonvulsivo.

A menina está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Queimaduras de Anápolis, em Goiás.

Em entrevista ao jornal Metrópoles, a família, que fez uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para o tratamento, disse que o problema começou quando ela apresentou espasmos há cerca de um mês.

O médico receitou o antiepilético Lamotrigina, com dosagem inicial baixa, mas que foi aumentando aos poucos.

Depois disso, Helena passou a apresentar febre persistente.

Os pais contam ainda que a levaram em uma UPA pediátrica, e a médica disse que era virose. Quando manchas começaram a aparecer, eles voltaram na UPA e, dessa vez, ela foi diagnosticada com rosácea.

Bebê tem queimaduras no corpo após reação alérgica a remédio
Créditos: reprodução/vakinha.com.br
Bebê tem queimaduras no corpo após reação alérgica a remédio

O médico receitou um novo tratamento, que segundo a família, ajudou a melhorar a febre, porém, as manchas continuaram, com algumas virando bolhas.

Por fim, eles decidiram levar a bebê em um hospital particular, onde um terceiro médico deu o diagnóstico como reação alérgica ao tratamento com anticonvulsivo Lamotrigina.

Internada em estado estável, a menina já passou por raspagens na pele e procedimentos de hidratação. As marcas no corpo dela devem ser permanentes, segundos os médicos.

Reações adversas do Lamotrigina

De acordo com a bula do anticonvulsivo Lamotrigina, em casos muito raros, pode ocorrer necrólise epidérmica tóxica, o que parece se aproximar da reação que sofreu Helena.

Reação desenvolvida pela menina é muito rara
Créditos: Pavel_Chag/istock
Reação desenvolvida pela menina é muito rara

A condição atinge predominantemente pele e mucosas e é caracterizada pela morte generalizada dos queratinócitos, que compõem a epiderme. Com isso, formam-se bolhas e erosões me mucosas.

Veja outras reações do remédio quando usado em tratamento de epilepsia:

Reação muito comum

Dor de cabeça, exantema cutâneo.

Reações comuns

Agressividade, irritabilidade, fadiga, sonolência, insônia, tontura, tremor, náusea, vômito, diarreia.

Reações incomuns 

Ataxia, diplopia, visão turva.

Reações comuns 

Síndrome de Stevens-Johnson, nistagmo.

Reações muito raras 

  • Necrólise epidérmica tóxica;
  • Anormalidades hematológicas (incluindo neutropenia, leucopenia, anemia, trombocitopenia, pancitopenia, anemia aplástica, agranulocitose), linfadenopatia associada ou não à síndrome de hipersensibilidade;
  • Síndrome de hipersensibilidade (incluindo sintomas como febre, linfadenopatia, edema facial, anormalidades sanguíneas e do fígado, coagulação intravascular disseminada (CID), insuficiência múltipla de órgãos);
  • Tiques, alucinações, confusão;
  • Testes de função hepática aumentados, disfunção hepática, insuficiência hepática;
  • Reações semelhantes ao lúpus.