Beber essa quantidade de café por dia pode aumentar a deterioração do cérebro
A ingestão de café e chá foi associada a mudanças cognitivas de longo prazo em adultos mais velhos
Um estudo recente descobriu que o café pode não ser tão inofensivo assim. A pesquisa mostrou que dependendo da quantidade, a bebida pode estar relacionada com a deterioração do cérebro.
Os resultados foram apresentados em 30 de julho na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC) 2024.
Evidências anteriores já mostraram que a ingestão de café e chá tem muitos efeitos benéficos. Alguns estudos já sugeriram que a bebida pode inclusive reduzir o risco de doença de Alzheimer.
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No entanto, o estudo atual encontrou uma associação entre mais de três xícaras de café por dia e declínio cognitivo mais rápido.
Detalhes do estudo
Este estudo recente analisou 8.451 adultos, majoritariamente mulheres (60%) e de etnia branca (97%), todos com mais de 60 anos (idade média de 67,8 anos) e sem comprometimento cognitivo.
Os participantes apresentavam um índice de massa corporal (IMC) médio de 26, e aproximadamente 26% tinham o gene da apolipoproteína epsilon 4 (APOE e4), associado ao aumento do risco de Alzheimer.
Os pesquisadores categorizaram o consumo de café e chá em três níveis: alto, moderado e nenhum.
Para o café, 18% dos participantes relataram consumir quatro ou mais xícaras por dia (alto consumo), 58% bebiam entre uma e três xícaras (consumo moderado) e 25% não consumiam café.
Em relação ao chá, 47% relataram consumir quatro ou mais xícaras diariamente (alto consumo), 38% bebiam de uma a três xícaras (consumo moderado) e 15% não bebiam chá.
No início do estudo, a equipe avaliou a função cognitiva dos participantes e depois repetiu essa avaliação em pelo menos duas visitas subsequentes, para acompanhar o impacto do consumo de café e chá ao longo do tempo.
Resultados
Os dados mostraram que os indivíduos que não consumiam café apresentaram um declínio cognitivo 8,83% menor em comparação aos que bebiam a bebida.
O consumo de chá, no entanto, mostrou um padrão diferente. Os participantes que nunca beberam chá tiveram um declínio maior em comparação com aqueles que tinham consumo moderado (uma a três xícaras diárias) ou alto (quatro ou mais xícaras por dia) de chá.
A ingestão de café e chá foi autorrelatada. As avaliações cognitivas ao longo do estudo incorporaram testes de correspondência de pares, tempo de reação, memória numérica e inteligência fluida.
A inteligência fluida é uma medida das funções cognitivas, incluindo raciocínio abstrato, reconhecimento de padrões e pensamento lógico.
Os pesquisadores ressaltaram que, como se tratou de um estudo observacional, são necessárias mais pesquisas para compreender plenamente os efeitos do café em diferentes idades.