Butantan vai pedir autorização para uso da CoronaVac em crianças
A vacina já se mostrou eficaz em crianças a partir de 3 anos em testes realizados na China
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta sexta-feira, 11, que enviará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a documentação para uso da vacina contra covid-19, CoronaVac, em crianças a partir de 3 anos, após estudos realizados na China.
A CoronaVac é desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
De acordo com Dimas Covas, “a vacina do Butantan, a CoronaVac, também teve a sua aprovação para o uso em crianças a partir de 3 anos, de 3 a 17 anos, na China, e essa documentação está sendo incorporada aqui também pela nossa Anvisa”, disse o presidente do instituto, enquanto comentava a autorização pela Anvisa para uso, no Brasil, da vacina da Pfizer contra a covid-19 em adolescentes a partir dos 12 anos.
“Essa é uma grande notícia [a liberação da Pfizer para crianças], uma vez que nós realmente precisamos estender proteção para outras faixas etárias de uma forma absolutamente segura, disse o secretário estadual da Saúde Jean Gorinchteyn.
“Os estados brasileiros seguem o Plano Nacional de Imunização, então, para que nós possamos inserir novos grupos etários, precisamos da deliberação do Ministério da Saúde e de mais imunizantes”, continuou.
A assessoria do Butantan confirmou a intenção de pedir a ampliação do uso para crianças a partir de 3 anos.
A China anunciou o uso da CoronaVac para crianças e adolescentes entre três e 17 anos de idade, no último dia 9. A declaração foi dada pelo diretor do laboratório Sinovac, Yin Weidong, responsável por produzir a vacina.
“A Sinovac conduziu um estudo clínico na população menor de idade, que começou no início deste ano, e a primeira e segunda fases foram concluídas”, disse o diretor à TV estatal chinesa CCTV, segundo o jornal “South China Morning Post”. Os resultados, segundo o representante, serão apresentados em breve na revista científica The Lancet. “Centenas de casos mostraram que, depois da vacinação, o grupo [de três a 17 anos de idade] é tão seguro quanto os de 18 anos”, completou.