Café da manhã pode aumentar risco de diabetes; entenda
Atualmente mais de 13 milhões de brasileiros vivem com a doença, o que representa 6,9% da população nacional
Estudo realizado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona, na Espanha, revela que o momento em que você decide tomar o café da manhã pode ter um impacto significativo em seu risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Ao avaliar mais de 100 mil voluntários, os cientistas descobriram que tomar o café da manhã após as 9 horas pode aumentar em 59% o risco de desenvolver a doença em comparação com aqueles que fazem a refeição antes das 8 horas.
A mesma relação foi encontrada entre jantar tarde, após as 22 horas, e um aumento no risco de desenvolver a doença.
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Para entender a relação entre os dois fatores, os participantes preencheram registros dietéticos sobre a própria alimentação durante um período de 24 horas em 3 dias não consecutivos, bem como o horário de suas refeições.
Além disso, a equipe de pesquisa calculou a média dos registros alimentares nos primeiros dois anos de acompanhamento e avaliou a saúde dos participantes nos anos seguintes – uma média de sete anos. Assim, os resultados mostraram que é possível reduzir o risco de diabetes não apenas mudando o que irá comer, mas também quando vai comer.
O que mostra o estudo?
Ao longo do estudo, os pesquisadores constataram 963 novos casos de diabetes tipo 2. O risco de desenvolver a doença foi maior no grupo de pessoas que tomava café da manhã regularmente depois das 9 horas , em comparação com aquelas que tomavam café da manhã antes das 8h.
“Biologicamente, isso faz sentido, já que pular o café da manhã é conhecido por afetar o controle da glicose e lipídios, bem como os níveis de insulina. Isso é consistente com duas meta-análises que concluem que pular o café da manhã aumenta o risco de diabetes tipo 2”, explica Anna Palomar-Cros, pesquisadora do ISGlobal.
Existe horário certo para as refeições?
A pesquisa sugere que uma primeira refeição antes das 8 horas e uma última refeição antes das 19 horas podem ajudar a reduzir a incidência de diabetes tipo 2.
De acordo com o principal autor do estudo, Dr. Manolis Kogevinas, essa correlação está relacionada à necessidade de alinhar o metabolismo com o ritmo circadiano do corpo.
O ritmo circadiano, ou relógio interno do corpo, é influenciado pela luz, indicando o período de atividade diurna, e pela escuridão, indicando o período de descanso noturno. Seguir um padrão alimentar que esteja em sintonia com esses ciclos é fundamental para a saúde metabólica.
Estudos anteriores já haviam indicado que comer fora do ritmo circadiano pode aumentar o risco de doenças cardíacas, diabetes e excesso de peso.
Diabetes tipo 2
Condição grave em que o nível de açúcar no sangue fica elevado, o diabetes tipo 2 pode ocorrer quando o corpo não produz insulina suficiente ou quando a insulina produzida não é eficiente. A insulina é um hormônio que permite a entrada de glicose nas células do corpo, e sem ela, a glicose se acumula na corrente sanguínea.
A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e alimentação inadequada.
A condição é mais comum em pessoas mais velhas, mas tem aumentado em indivíduos com menos de 40 anos em ritmo mais acelerado do que naqueles com mais de 40 anos. Os principais sintomas do diabete incluem:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Formigamento nos pés e mãos; Vontade de urinar diversas vezes;
- Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
- Feridas que demoram para cicatrizar;
- Visão embaçada.
Em caso de sintomas, procure atendimento médico para um diagnóstico e tratamento adequados.