Campanhas de mulheres por humanização do parto; conheça nova plataforma
Seja domiciliar, com doulas ou em maternidades, o parto humanizado ainda é um desafio tanto para mulheres quanto para rede de saúde. Quando o assunto é nascimento do bebê, não há regra estabelecida. Mas, por outro lado, ainda há um sinuoso caminho para que médicos, centros hospitalares e órgãos de políticas públicas adotem medidas de estímulo à humanização do parto.
Nova ferramenta reúne mobilizações sobre parto humanizado[/img]
A plataforma #VaiTerPartoHumanizadoSim já é lançada com abaixo-assinados que contam com mais de 40 mil apoios. À medida que as petições são criadas e as assinaturas coletadas, os gestores públicos e parlamentares são constantemente notificados sobre a demanda. Uma das mulheres com uma campanha na plataforma é a carioca Morgana Eneile, 35 anos, que pede que doulas sejam autorizadas nas maternidades do Rio de Janeiro. Ela teve duas experiências de parto completamente diferentes.
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O primeiro filho nasceu de cesariana e o segundo de parto normal. “No nascimento do meu primeiro filho, ao chegar ao hospital, fui isolada da minha família, via médicos preparando a cirurgia e eu ali sem voz”, afirma ela, que só foi ver o bebê 20 horas depois. Já no segundo filho, contou com a assistência de uma doula, profissional que dá apoio emocional e físico, antes, durante e depois do parto. “Foi fundamental para uma chegada mais suave do Teodoro. Eu me preparei com muita informação e vivi uma experiência linda do nascimento do meu filho”, lembra. Ela entregou o documento para o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Já a socióloga Camila Brandão, de Brasília, tem um abaixo-assinado na plataforma #VaiTerPartoHumanizadoSim para que a Casa de Parto de São Sebastião volte a atender mulheres de todo o Distrito Federal, já que é a única especializada neste tipo de nascimento. A petição é direcionado ao governador Rodrigo Rollemberg e ao secretário de Saúde, Humberto Fonseca. A criadora da petição fez o nascimento da sua filha nesta casa de parto.
Para o diretor-geral da Change.org no Brasil, Lucas Pretti, a plataforma #VaiTerPartoHumanizadoSim possibilita que mulheres, que antes se viam sem possibilidade de reivindicar questões relacionadas ao parto humanizado, agora possam criar as suas próprias campanhas e influenciar as políticas públicas. “Fico esperançoso ao ver mulheres de várias partes do Brasil contando suas histórias em nome de uma experiência de parto melhor para todas. Pelos relato que vemos na Change.org, percebemos o quanto a violência obstétrica é forte. Somente mobilizando gente por questões concretas, será possível avançar neste tema”, afirma.