Caso de covid-19 na França em 2019 faz OMS investigar rota inicial do vírus
Análises dos exames de um pescador que não havia feito viagens ao exterior em mais de um ano apontam que ele estava com covid-19 em dezembro
Um estudo realizado por médicos, na França, apontou que em dezembro de 2019, um pescador morreu com as características da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus e com isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) investiga a rota inicial do vírus. Até agora foi considerado que Wuhan, na China, era o ponto de partida da doença no mundo. o que já não é mais uma certeza.
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O governo francês considera oficialmente que o primeiro caso no país aconteceu em janeiro, mas o estudo afirma que o pescador, identificado pela rede inglesa BBC como sendo, Amirouche Hammar, de 42 anos, um argelino que mora na França, estava com coronavírus. Ele se apresentou à emergência de um hospital próximo a Paris, em 27 de dezembro, e ficou dois dias na UTI com tosse seca, febre e dificuldade para respirar.
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A suspeita da rota inicial do vírus não ser a China surge porque Amirouche não viajou para fora da França em mais de um ano.
“A identificação do primeiro paciente infectado é de grande interesse epidemiológico, pois altera drasticamente nosso conhecimento sobre a SARS-COV-2 e sua disseminação no país (França). Além disso, a ausência de um vínculo com a China e a falta de viagens recentes sugerem que a doença já estava se espalhando entre a população francesa no final de dezembro de 2019”, afirma o artigo publicado na plataforma ScienceDirect.
O estudo coordenado pelo médico francês Yves Cohen, analisou os exames de 14 entre 58 pacientes que foram internados em UTIs da França entre 2 de dezembro de 2019 e 16 de janeiro de 2020, com diagnóstico semelhante ao de terem contraído influenza.
Após a analise, o estudo destacou a necessidade de reavaliação de exames em pacientes doentes em 2019. “Como esses resultados alteram nossa compreensão da dinâmica da epidemia, isso também significa que vários modelos usados para prever a evolução e os resultados da propagação do SARS-COV-2 podem ser baseados em dados tendenciosos e precisam ser ajustados ao perfil real da epidemia”, diz o artigo.
A conclusão do estudo francês fez a OMS pedir, na terça-feira, 5, para outros países também realizarem reavaliação de exames de pacientes diagnosticados com pneumonia em novembro e dezembro de 2019.