Casos de hepatite podem ser a ponta do iceberg, segundo especialista
Pelo menos 12 países registraram casos da doença em crianças saudáveis nos últimos meses
O número de casos de hepatite de origem misteriosa em crianças já chega a 169 em 12 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, para alguns especialistas, isso pode ser apenas a “ponta do iceberg”, com muitos outros casos ainda não detectados.
De acordo com o hepatologista do Imperial College London, o professor Simon Taylor-Robinson, o número de transplantes realizados até agora (17 no total) pode indicar que o problema é maior.
“Acho que há mais casos por aí. É um número bastante alto para quantos casos detectamos”, disse ao Daily Mail.
“Imagino que existam mais casos do que os relatados – mas provavelmente serão menos graves.”
Questionado se isso poderia ser a ponta do iceberg, o professor Taylor-Robinson disse: ‘Acho que sim’.
A falta de sinais de alerta, como a icterícia (pele ou olhos amarelados), tem feito alguns pais ignorarem a doença. Esse sinal revelador de hepatite foi detectado em menos da metade das crianças doentes.
Outros sintomas, como náuseas, diarreia, letargia e dores de estômago são geralmente atribuídos a outras doenças, como intoxicação alimentar, por exemplo, e por isso passam despercebidos.
Surto na Europa
Pelo menos 12 países registraram casos de hepatite em crianças saudáveis nos últimos meses. A maioria é da Europa.
A agência de saúde da ONU disse que, até 21 de abril, os casos agudos de hepatite de origem desconhecida foram relatados no Reino Unido (114), Espanha(13), Israel (12), EUA (9), Dinamarca (6), Irlanda (5), Holanda (4), Itália (4), Noruega (2), França (2), Romênia (1) e Bélgica (1).
Há a suspeita de que a doença possa estar sendo desencadeada por uma nova cepa de adenovírus, um vírus do resfriado comum, ou mesmo pelo coronavírus.
A Organização Mundial da Saúde disse que o adenovírus foi detectado em pelo menos 74 casos. Já a infecção por covid-19 foi relatada em 20 dos testados e 19 casos tiveram uma coinfecção por covid-19 e adenovírus.