Casos de sarampo e poliomielite aumentam em todo o mundo

Sarampo é uma doença altamente contagiosa e há registro de surtos no Brasil

17/07/2018 11:16 / Atualizado em 05/05/2020 11:04

Casos de sarampo voltam a assombrar o Brasil
Casos de sarampo voltam a assombrar o Brasil - Jovanmandic/istock

Uma estimativa divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo UNICEF mostrou que os casos de sarampo e poliomielite (paralisia infantil) aumentaram em 2017 em todo o mundo. A alta  registrada é uma consequência da baixa cobertura vacinal no último ano.

De acordo com os dados, foram 173.330 casos de sarampo, um aumento de mais de 41 mil casos em um ano. Destes, 775 casos foram registrados na região das Américas. Já sobre os casos de poliomielite, foram identificados 96 casos, 54 a mais que em 2016. Difteria e rubéola também tiveram aumento no número de casos.

O Brasil, que tinha recebido o certificado de eliminação do vírus do sarampo em 2016 pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), agora registra surto da doença em Roraima (200 casos e 2 mortes) e no Amazonas (263 casos). Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e no Rio de Janeiro.

A preocupação com a volta dessas doenças consideradas erradicadas no país fez o Ministério da Saúde acender a luz vermelha em 312 municípios, onde a cobertura vacinal está abaixo do esperado.

De acordo com a pasta, a erradicação de pólio e do sarampo criou “falsa sensação” de que vacinação não é mais necessária. “Pelo contrário, com essa globalização de hoje, a gente facilmente se desloca e há uma chance muito concreta de essas doenças consideradas erradicadas aqui se disseminarem para todo o Brasil”, alerta a infectologista Karen Morejon, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Vacinas disponíveis nos postos de saúde

Vacinas para sarampo e poliomielite são oferecidas gratuitamente nos postos de saúde
Vacinas para sarampo e poliomielite são oferecidas gratuitamente nos postos de saúde - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Essas doenças podem e devem ser prevenidas com vacina. A Tríplice Viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, está disponível gratuitamente em todos os postos de saúde. Ainda há a Tetra Viral, que protege também contra a varicela. Essas vacinas são indicadas para crianças e adultos nunca antes vacinados. Aqueles que foram imunizados na infância não precisam receber a vacina novamente.

Confira o esquema vacinal contra o sarampo

O esquema vacinal contra o sarampo para crianças é de uma dose aos 12 meses (Tríplice Viral) e outra (a Tetra Viral) aos 15 meses de idade.

Para adolescentes e adultos até 49 anos:

Até os 29 anos – duas doses, podendo ser da Tríplice ou Tetra Viral

Dos 30 aos 49 anos – dose única, podendo ser da Tríplice ou Tetra Viral

Quem já tomou duas doses durante a vida, da Tríplice ou da Tetra, não precisa mais receber a vacina.

Confira as vacinas que são  disponibilizadas pela rede pública de saúde durante todo ano gratuitamente:

Fique atento à sua carteirinha de vacinação
Fique atento à sua carteirinha de vacinação - divulgação/Ministério da Saúde

Mais sobre o sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa. A vacina é a melhor e mais segura forma de prevenção da doença, que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade.

De acordo com o Ministério da Saúde, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

O comportamento endêmico do sarampo varia, de um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área.

Sintomas do sarampo

  • Febre alta, acima de 38,5°C;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo
  • Tosse;
  • Coriza;
  • Conjuntivite;
  • Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas

Sobre a poliomielite (paralisa infantil)

O vírus da pólio é transmitido de diversas formas: através de alimentos e água contaminados, pelo contato direto pessoa a pessoa, contato com muco, catarro ou fezes infectadas. Por isso o risco de contaminação é muito alto em países onde a doença circula.

Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. Estima-se que, no final da década de 1980, cerca de mil crianças perdiam os movimentos de membros superiores e inferiores diariamente.

Assim como o sarampo, a vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Confira o esquema de proteção no Calendário Nacional de Vacinação.

Com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil.