Por que o cérebro de Maguila será estudado pela USP?

Com a doação, o cérebro de Maguila agora integra o "Banco de Cérebros" da USP

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
28/10/2024 16:00

Entre os grandes feitos na carreira, Maguila foi pentacampeão continental e campeão mundial pela Federação Mundial de Boxe (WBF) – Divulgação/Instagram
Entre os grandes feitos na carreira, Maguila foi pentacampeão continental e campeão mundial pela Federação Mundial de Boxe (WBF) – Divulgação/Instagram

Falecido no último dia 24 ,o ex-boxeador Adilson Rodrigues, mais conhecido como Maguila, deixa mais um legado para além da própria trajetória vitoriosa nos ringues.

O cérebro do atleta, que sofria de demência pugilística, será estudado por cientistas da USP, em um gesto de generosidade que ele mesmo decidiu em vida, com o apoio de sua família.

A notícia foi confirmada pela esposa de Maguila, Irani Pinheiro, em entrevista à TV Globo. “A doação do cérebro foi realizada ontem para fins de pesquisa”. 

Com a doação, o cérebro de Maguila agora integra o “Banco de Cérebros” da USP, espaço especializado da Faculdade de Medicina dedicado a estudos sobre envelhecimento.

Outras contribuições para a medicina 

Além de Maguila, o cérebro de Éder Jofre, doado em 2022, e o de Bellini, ex-capitão da seleção brasileira de futebol, doado em 2018, também fazem parte do acervo do biobanco. Assim como Maguila, ambos foram diagnosticados com encefalopatia traumática crônica, a chamada “demência do pugilista”, doença que resulta de sucessivos impactos na cabeça ao longo dos anos.

Cérebro de Maguila e o futuro da saúde cerebral 

A contribuição de Maguila é recebida com grande entusiasmo pela comunidade científica, que espera compreender melhor a relação entre esportes de contato e a encefalopatia traumática crônica. A comparação entre o cérebro de Maguila, lutador peso-pesado, e o de Éder Jofre, peso-galo, representa uma oportunidade valiosa para desvendar possíveis diferenças e responder questões importantes.

Além de expandir o conhecimento científico, o resultado pode indicar formas de melhorar a qualidade de vida de atletas, desenvolver métodos de prevenção e colaborar para tratamentos eficazes para a condição debilitante.