Cérebro pode ser treinado para curar doenças, dizem brasileiros
Um estudo brasileiro publicado no periódico médico “Neuroimage” revela que o nosso cérebro pode ser treinado para curar as doenças.
A pesquisa dos neurocientistas do Instituto D’OR de Ensino e Pesquisa e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) abre caminho para novos tratamentos para AVC (acidente vascular cerebral), Parkinson e até a depressão.
Os cientistas usaram um treinamento cerebral chamado de neurofeedback, que promove o fortalecimento das conexões entre áreas sensitivas e motoras do cérebro.
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
A pesquisa foi realizada com 36 voluntários que se submeteram a exames de ressonância magnética, que durou pouco mais de 30 minutos. O grupo teve a atividade neuronal captada no exame e transformada em imagens apresentadas em computadores de acordo com a intensidade.
Enquanto 19 participantes receberam o treinamento real, outros 17 foram instruídos com falsas informações, uma espécie de placebo.
Imediatamente antes e depois do treino, os pesquisadores fizeram imagens cerebrais que possibilitaram medir a comunicação (chamada de conectividade funcional) e as conexões (ou conectividade estrutural) entre as áreas cerebrais. O objetivo foi observar como as redes neurais são impactadas pelo neurofeedback.
Ao comparar a arquitetura cerebral antes e depois do neurofeedback, os pesquisadores observaram que o corpo caloso –principal ponte cerebral, responsável pela comunicação entre áreas sensitivas e motoras nos hemisférios direito e esquerdo– apresentou maior robustez estrutural.
Além disso, a comunicação funcional entre essas áreas cerebrais também foi aumentada. Para os autores, era como se o sistema tivesse ficado mais fortalecido.
“Sabemos que o cérebro tem uma capacidade fantástica de modificação, mas não tínhamos certeza de que era possível observá-la tão rapidamente”, afirma Theo Marins, biomédico e doutorando responsável pelo estudo.
O próximo passo será descobrir se pacientes que sofrem de desordens neurológicas também podem se beneficiar do neurofeedback, e se ele é capaz de diminuir os sintomas destas doenças.