Cientistas acreditam ter encontrado a causa da psoríase

A descoberta pode abrir caminho para novos tratamentos para a doença de pele

10/10/2024 06:43

A psoríase atinge cerca de 190 milhões de pessoas no mundo (2 a 3% da população) e por volta de três milhões no Brasil. Como a causa não é totalmente compreendida, é uma condição difícil de tratar. No entanto, pesquisadores acreditam ter encontrado pistas sobre o que provoca a doença.

Em um artigo publicado na revista Nature Communications, os cientistas sugerem que um hormônio chamado hepcidina pode ser a causa da condição.

A doença resulta em manchas escamosas na pele que podem causar coceira ou dor. Embora não haja cura, há tratamento e esse varia de pessoa para pessoa. 

O que é hepcidina e como ela afeta a pele na psoríase?

Hepcidina é um hormônio que ajuda você a regular seus níveis de ferro. Geralmente ele está presente no fígado.

A Universidade de Bath, cuja equipe contribuiu para a pesquisa, diz: “Estudos que remontam a 50 anos relataram altas concentrações de ferro nas células da pele de pacientes com psoríase”.

Hormônio responsável pela quantidade de ferro absorvida no corpo parece ter a ver com a origem da psoríase
Hormônio responsável pela quantidade de ferro absorvida no corpo parece ter a ver com a origem da psoríase - andriymedvediuk/depositphotos

Não se sabe ao certo por que pessoas com psoríase tendem a ter mais ferro na pele, mas os cientistas por trás do estudo da Nature descobriram que camundongos que foram expostos a muita hepcidina produzida pela pele desenvolveram condições semelhantes à psoríase.

A hepcidina produzida pela pele não é comum, pois o hormônio geralmente vem do fígado. Mas o novo estudo descobriu que em pessoas com psoríase, o hormônio também é gerado na pele.

Quais as implicações da descoberta?

A descoberta não significa que podemos estar mais perto da cura da psoríase. No entanto, os cientistas acreditam que os dados sugerem fortemente que a hepcidina seria um bom alvo para o tratamento da psoríase cutânea.

Segundo os autores, um medicamento capaz de controlar esse hormônio pode ser usado para tratar surtos e manter os pacientes em remissão para prevenir a recorrência.

A descoberta pode ser especialmente útil para quem sofre de psoríase pustulosa, que pode afetar as unhas e as articulações, bem como a pele dos pacientes.