Cientistas criam dispositivo que é capaz de ouvir os sinais de Alzheimer; entenda
Pesquisadores estão testando o uso de microfones de ouvido para detectar sinais precoces da doença que podem ser "ouvidos".
As pesquisas na compreensão do Alzheimer e outras demências avançam a passos largos. Agora, pesquisadores da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, e da École de Technologie Supérieure, uma universidade canadense, desenvolveram um dispositivo que pode “ouvir” os sinais de Alzheimer.
Um dos primeiros sintomas que os cientistas começaram a observar para o risco e diagnóstico de Alzheimer é o movimento dos olhos.
Mover o olho é um processo complexo que envolve reflexos e controle do cérebro.
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Conforme o cérebro de uma pessoa com demência começa a se deteriorar, isso tem o potencial de mudar a maneira como os olhos funcionam.
Por exemplo, durante a leitura de um texto os olhos realizam um movimento chamado sacada ocular (que permite a absorção de informações), que produz pequenas vibrações nos tímpanos.
O aparelho desenvolvido pelos pesquisadores, que lembra um fone de ouvido, contém microfones minúsculos e hipersensíveis que podem detectar vibrações dentro do corpo, incluindo essas provocadas por movimentos oculares.
Ao avaliar os dados dessas vibrações, os pesquisadores podem identificar padrões sonoros únicos que podem ajudá-los a diagnosticar o Alzheimer precocemente e de forma barata.
Estudos anteriores mostraram que os olhos de pessoas com Alzheimer e outros tipos de demências tendem a mudar a partir da degeneração do cérebro. Geralmente, aqueles que são acometidos apresentam maior dificuldade para mover o olhar em direção a objetos que estejam na periferia de sua visão de maneira rápida.
Como o som pode ser decodificado?
Quando você ouve sons, eles viajam pelo ouvido interno, fazendo vibrar pequenos ossos. Essas ondas sonoras são então transformadas em sinais elétricos e processadas pelo sistema nervoso auditivo até o cérebro, onde o órgão atribui significado a elas.
Embora seja imperceptível para nós, até mesmo o movimento dos nossos olhos envia pequenas vibrações para o nosso canal auditivo.
Os pesquisadores pensaram que se conseguissem identificar as vibrações de um olhar, poderiam detectar os primeiros sinais do Alzheimer.
O dispositivo criado pela equipe ainda está em fase de testes. A equipe está testando o aparelho em um grupo de 35 pacientes com Alzheimer precoce ou comprometimento cognitivo leve e 35 participantes de controle sem Alzheimer ou declínio cognitivo.
Eles realizarão uma série de tarefas, como descrever uma imagem, enquanto usam o dispositivo hearable e óculos de rastreamento ocular para testar se ele pode detectar com precisão quem tem Alzheimer e quem não tem.
Depois que a equipe confirmar a precisão do dispositivo, eles esperam usar os dados para ajudar a prever o Alzheimer em estágio inicial em indivíduos não diagnosticados.