Cientistas descobrem fator durante a gravidez que pode ter relação com autismo
Segundo observado no estudo, os meninos eram mais afetados por esse fator em algum grau
Aos poucos as peças do quebra-cabeça do autismo vão se organizando. Agora, cientistas do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), nos EUA, acreditam ter encontrado um fator durante a gravidez que pode estar envolvido na causa da condição.
O estudo feito em camundongos percebeu que quando o sistema imunológico da mãe é estimulado em resposta a uma infecção viral, isso pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro do bebê.
Também foi possível observar que os embriões femininos pareciam protegidos desses efeitos. Mas um terço dos embriões masculinos foram afetados em algum grau.
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Isso está alinhado com o fato de o autismo ser mais prevalente em meninos do que em meninas. No entanto, não é possível saber se essa conexão é correlativa ou causal.
Detalhes do estudo
A pesquisa simulou uma infecção viral em camundongos e monitoraram a reação do feto à forma como o sistema imunológico da mãe respondeu a um vírus de resfriado ou gripe, conhecido como ativação imunológica materna.
Essa ativação ocorre quando o sistema imunológico entra em ação, aumentando os níveis de citocinas e quimiocinas que podem atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica do bebê.
Citocinas são pequenas células imunológicas que combatem patógenos nocivos convocando outras células imunológicas, criando sintomas como febre, coriza e dores no corpo.
Como o cérebro do feto é muito sensível aos sinais ambientais no útero, essa reação pode causar uma ampla gama de problemas comportamentais, incluindo o transtorno do espectro autista.
Os experimentos recentes com ratos mostraram que, quando a mãe contraía um vírus, o desenvolvimento cerebral do embrião desacelerava.
O interessante do estudo é que foi possível verificar o que acontecia com os fetos 24 horas após a exposição à inflamação materna, em vez de analisar os comportamentos dos descendentes quando adultos.
Esta é a primeira vez que cientistas conseguem observar os efeitos da inflamação pré-natal em um embrião em um modelo de autismo. Tal pesquisa pode um dia permitir que os médicos identifiquem sinais de alerta precoce antes mesmo de uma criança nascer.