Cientistas desvendam enigma ao descobrirem o que determina a gravidade do autismo
Pesquisadores observaram que ritmo do crescimento do cérebro de um embrião pode indicar sinal de autismo
Pesquisadores conseguiram progredir na compreensão do desenvolvimento do autismo ainda no útero, trazendo novos esclarecimentos sobre por que algumas crianças apresentam sintomas mais graves do que outras.
Essas descobertas podem ser um passo importante para o desenvolvimento de tratamentos capazes de gerenciar os sintomas no futuro.
O autismo é um transtorno que abrange um amplo espectro, indo de sinais mais leves, que podem melhorar com o tempo, a dificuldades permanentes relacionadas a habilidades sociais, cognitivas e de linguagem.
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Embora a razão por trás dessa diversidade de sintomas tenha permanecido um enigma por muito tempo, novas evidências começam a lançar luz sobre o tema.
Pistas encontradas a partir da análise de minicérebros
Em uma pesquisa recente, publicada na revista Molecular Autism, cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, utilizaram minicérebros cultivados em laboratório.
Com isso, identificaram diferenças no desenvolvimento cerebral nas primeiras semanas de gestação entre crianças com autismo e aquelas neurotípicas.
Os cientistas conseguiram desenvolver minicérebros, conhecidos como organoides corticais, a partir de células-tronco coletadas de amostras de sangue de 10 crianças com autismo e 6 crianças neurotípicas, da mesma faixa etária.
As células-tronco foram reprogramadas para se transformarem em células cerebrais do córtex, permitindo que os pesquisadores recriassem estruturas cerebrais primitivas.
Esse processo possibilitou simular as primeiras semanas de desenvolvimento embrionário, proporcionando uma visão detalhada das diferenças neurológicas entre crianças autistas e neurotípicas logo nos estágios iniciais da gestação.
Descobertas
Depois de algumas semanas, diferenças claras começaram a surgir nos minicérebros cultivados a partir de células-tronco de crianças com autismo, em comparação com os controles neurotípicos.
Os cientistas descobriram que quanto maior o tamanho do organoide cortical do cérebro embrionário, mais graves serão os sintomas sociais posteriores do autismo na criança.
Crianças que tinham o tipo mais grave de autismo tiveram o maior supercrescimento de organoides corticais cerebrais durante o desenvolvimento embrionário.
Por outro lado, aqueles com sintomas sociais leves de autismo tiveram apenas supercrescimento leve.
Em média, os minicérebros desenvolvidos em crianças com autismo eram cerca de 40% maiores do que os de crianças neurotípicas, sugerindo que esse crescimento cerebral anormalmente grande durante o primeiro trimestre da gravidez pode atuar como um dos primeiros sinais de autismo em um embrião em desenvolvimento.
Segundo os pesquisadores, uma causa potencial para esse crescimento cerebral maior é a expressão de uma proteína chamada NDEL1, que é conhecida por regular o crescimento cerebral durante o desenvolvimento embrionário.
A equipe descobriu que essa proteína estava presente em níveis mais baixos nos organoides cerebrais de crianças com autismo, e quanto mais baixos os níveis de NDEL1, mais os minicérebros cresciam.